Edward Madureira Brasil assume reitoria da UFG na próxima semana
Data da notícia: 03 de janeiro de 2018
Veículo/Fonte: A Redação
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A Redação
Goiânia - Eleito em junho deste ano para o terceiro mandato como reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira toma posse na próxima segunda-feira (8/1), no Ministério da Educação, em Brasília. No dia 12 de janeiro, às 20h, ocorrerá a transmissão de cargo, em Goiânia. A professora Sandramara Matias Chaves foi eleta como vice-reitora da UFG. A gestão é de 2018 a 2022.
Relembre a seguir a entrevista que o Jornal A Redação fez com o reitor a ser empossado. A entrevista foi veiculada no dia 21 de dezembro:
Desde que foi eleito em junho, o senhor tem acompanhado questões financeiras e de legislação da UFG?
A universidade tem sofrido uma restrição orçamentária significativa, seja em virtude de contingenciamentos, como também em virtude do crescimento da universidade. Toda a capacidade instalada na universidade faz um movimento muito grande em toda a comunidade, o que exige custeio direto da universidade. Cada investimento de equipamento que chega, por exemplo, exige manutenção, estrutura adequada, e tudo isso demanda gastos. Por outro lado, a demanda por recursos para assistência estudantil é crescente. Cada vez mais estudantes de classes sociais menos favorecidas estão nas universidades federais; então, no nosso caso, o Programa Nacional de Assistência Estudantil não consegue atingir nem metade de todos os alunos que dele precisam. Certamente vamos virar o ano, e com todo o esforço do professor Orlando Afonso Valle do Amaral, e temos que louvar a atuação dele, a gente entra em 2018 com contas públicas e com alguns fornecedores em situação de débito, então teremos uma situação financeira que não é a mais favorável, longe de ser o ideal.
O senhor acredita que a questão financeira será o seu maior desafio neste terceiro mandato como reitor da UFG?
Nós temos uma série de iniciativas e de mudanças organizacionais e de ideias pra aproveitar melhor todo o potencial da universidade, mas tudo isso passa, sem dúvida, pela parte financeira. Tudo depende dos recursos financeiros. Nós começaremos o ano sabendo que os recursos do orçamento anual são insuficientes para manter a universidade até o final do ano. Então esse é um desafio que a gente tem, talvez o maior. Na nossa avaliação, a Emenda Constitucional 95 [que congela em 20 anos os gastos com educação e saúde] é de um caráter nefasto para o Brasil, pois ela impede qualquer sonho de País que a gente possa querer ter. Essa medida com certeza vai comprometer o andamento da nação. Temos a perspectiva muito concreta de que os candidatos à presidência do Brasil no ano que vem assumam o compromisso de rever essa medida, pelo menos em algumas áreas estratégicas, sob pena de todo esse potencial educacional que recebeu grande investimento, como as universidades e os institutos federais, estão prontos para dar as respostas que a sociedade precisa, ter essa expectativa frustrada por falta de recursos para o custeio.
Diante dos desafios que o senhor já tem conhecimento, o que o motivou a se candidatar para ser reitor da UFG?
Eu acredito que temos que considerar que me motiva muito estar à frente de uma instituição como a UFG. Ressalto que uma candidatura não é uma decisão apenas do candidato. Ela vem no contexto de que pessoas fazem avaliações e te convidam e incentivam a esse pleito. Minha candidatura atende uma demanda de pessoas que eu respeito muito e que avaliaram que a nossa presença na universidade poderia ajudar a instituição neste momento mais crítico, muito em função do trânsito que temos com todas as esferas de governo, com todos os partidos políticos, e a forma de trabalhar, de incluir e dialogar. Claro que isso por si só já é um grande motivo para se candidatar. Além disso, eu vislumbro possibilidades infinitas para a universidade. Penso em uma UFG presente no cotidiano da sociedade. Como exemplo cito que a universidade está neste momento concluindo o trabalho do Plano Diretor da Região Metropolitana de Goiânia. Este é um trabalho de Estado e uma instituição de Estado fazendo um trabalho desta envergadura, de extrema importância para o futuro da nossa região, é motivo de muito orgulho. Agora já nos credenciamos para fazer o zoneamento econômico e ecológico do Estado. Eu me encontrei recentemente com a secretária Raquel Teixeira [titular da Seduce] e informei a ela que a UFG está pronta para dar uma grande contribuição para a educação no estado de Goiás. A mesma coisa eu disse ao secretário municipal de Educação de Goiânia, Marcelo Ferreira da Costa. Vejo na universidade uma grande potencial de interagir com os governos, com as empresas, com o terceiro setor, e colocar tudo isso que está dentro da universidade à disposição da sociedade. Este foi o grande motivador da minha candidatura.
E como foi a resposta dos secretários de Educação após a disposição da UFG em realizar este trabalho conjunto?
Os dois responderam de forma extremamente positiva. Já temos agenda para janeiro para discutir de que forma nossa proposta poderá ser concretizada. Essa iniciativa deverá ser ampliada para os outros municípios onde a universidade também está presente, como Jataí e Catalão, e vale para secretários de Saúde, de Ciência e Tecnologia, em todas as áreas de atuação da UFG.
O senhor já tem definido qual será o foco do seu terceiro mandato?
Temos duas grandes linhas de ação, sendo uma do ponto de vista interno e outra externo. Internamente, penso que nós passamos por um período de crescimento muito grande. É claro que ninguém dobra de tamanho impunemente, o que exigiu de nós uma decisão em 2007: vamos crescer, incluir e melhorar a qualidade. A universidade respondeu a isso favoravelmente. A UFG ocupava a 28ª posição e agora está na 12ª dentre as federais, e em alguns indicadores nós estamos em posições melhores. Neste próximo reitorado vamos focar em uma mudança significativa. Primeiro vamos criar uma pró-reitoria, a partir da já existente, focada exclusivamente em gente, em gestão de pessoas, que vai rever todos os nossos marcos internos para valorizar as pessoas. A universidade precisa melhorar a comunicação com a sociedade, tornar público tudo aquilo que é desenvolvido dentro do ambiente acadêmico. Cito como exemplo recente um grupo de professores de Aparecida de Goiânia que estão discutindo a continuidade e adaptações do programa Caminhos da Escola para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ainda dentro das mudanças internas, estamos pensando na criação de uma política de tecnologia de informação. O primeiro passo é a criação de uma secretaria, com status de pró-reitoria, de tecnologia de informação para pensar os sistemas da universidade. Nós produzimos sistemas para outros órgãos e os nossos ficaram defasados. Outro órgão que pensamos em criar é a Secretaria de Planejamento, liderada por um professor da área de Administração, com projetos de longo prazo. A parte externa será voltada mais na relação da universidade com a sociedade.
E sua equipe pensa em alguma iniciativa sobre a segurança na UFG?
Vamos criar uma secretaria de proteção à comunidade universitária, que vai estabelecer nossos protocolos com os organismos de segurança e pensar quais investimentos são necessários. Não é segredo para ninguém que vivemos uma situação na UFG com a presença de traficantes e vamos enfrentar esse problema. Uma coisa é lidar com o usuário e outra coisa é lidar com traficante, que traz todos os problemas para dentro da universidade. Queremos uma universidade onde todas as pessoas transitem pelo campus com tranquilidade.
Fonte: Ascom UFG