Pesquisa sobre Doença de Alzheimer é aprovada pela Fapeg

Coordenadora da rede de pesquisas de Alzheimer alerta para a necessidade de um número maior de profissionais especializados em melhor idade no Estado de Goiás

A partir de estudos desenvolvidos no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) em colaboração com o Hospital Geral de Goiânia (HGG), foi criada a Rede Goiana de pesquisa em Imunopatologia da doença de Alzheimer, que possui como objetivos entender os mecanismos imunopatológicos envolvidos na doença e no envelhecimento. Por meio dessa rede foi aprovada uma pesquisa pela Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado de Goiás (Fapeg) que visa compreender o mecanismo imunopatológico da doença e a relação de dependência física e ou afetiva dos portadores.

A rede de pesquisa é integrada pelo IPTSP, HGG, Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati-UCG) e é coordenada pela Professora Doutora Eugênia Emília Walquíria Inês Molinari Madlum. Resultados de um estudo coordenado pela pesquisadora caracterizaram o perfil dos pacientes atendidos no Programa de assistência ao portador da doença no Estado de Goiás com a finalidade de compreender melhor com quem e quando ocorre a doença. Dessa forma uma segunda pesquisa que é financiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado de Goiás (Fapeg), pôde ser iniciada para assim caracterizar e descobrir a relação dos mediadores inflamatórios com a doença.

A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência nos idosos em todo o mundo. O aumento da expectativa de vida fez com que muitos indivíduos atingissem idades avançadas nas quais o aparecimento de doenças neurodegenerativa é mais propício. Dentre essas, a doença de Alzheimer atinge proporções que a colocam como um problema de saúde pública.

Clinicamente a doença caracteriza-se pela perda progressiva de memória recente, evoluindo ao estágio em que a pessoa perde completamente a memória, a capacidade de julgamento e o raciocínio. Daí em diante será necessário ajudá-la em todos os aspectos do dia a dia.

A presença de aglomerações da proteína β-amilóide e de emaranhados neurofibrilares no tecido cerebral caracterizam a base histopatológica da doença. Há indícios de que os depósitos β-amilóides estimulem uma resposta imune mediada por células e citocinas inflamatórias. A pesquisa visa descobrir quais são e como os mediadores inflamatórios estão associados à doença e aos seus sintomas, a fim de caracterizar melhor o Alzheimer, pois atualmente a sua detecção clínica é feita com base na exclusão de outras patologias que também resultam em quadros de demência, seguindo o consenso nacional.

A segunda parte dessa pesquisa é auxiliada pelo convênio com a Unati, que visa entender os benefícios de envelhecer com saúde através da realização de atividades físicas e intelectuais, e traçar o perfil imunológico do idoso saudável, fazendo uma comparação entre os mediadores imunológicos do idoso ativo e do doente.

Outra questão que a rede de Pesquisa Goiana sobre a doença de Alzheimer visa abordar é a capacitação dos profissionais que atuarão com a população idosa no Estado de Goiás utilizando uma abordagem interdisciplinar com geriatras, gerontológos, que de acordo com a professora Eugênia são profissionais escassos no Estado. Um ponto positivo para a maior capacitação e o aumento de número de profissionais é o inicio da residência médica em geriatria sediada pelo Hugo.

Segundo a pesquisadora percebe-se então que a doença de Alzheimer está sendo estudada com afinco pelos pesquisadores do estado de Goiás, pois números alarmantes impulsionam o desejo da descoberta de resultados. Uma a cada dez pessoas, por exemplo, será portadora da doença de Alzheimer a cada ano que se passa, e ela acomete 8 à 15 % da população com mais de 65 anos, existe em todo o mundo entre 17 e 25 milhões de pessoas com Alzheimer, o que representa 70% das doenças da população geriátrica. No Brasil estima-se que a confusão mental atinja por volta de meio milhão de idosos.

Ainda de acordo com a professora todas as pessoas estão sujeitas a essa doença. Nenhuma profissão, nível de escolaridade, raça ou nível sócio-econômico está imune. (Viviane Bittencourt)

 

Fuente: Agência UFG de Notícias