Cobertura do Maracanã é demolida com sistema de corte com disco diamantado

Cobertura do Maracanã é demolida com sistema de corte com disco diamantado

Depois de cortadas, peças de 20 t são removidas por guindastes

Nas próximas semanas, será finalizada a demolição da cobertura do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Um sistema de corte com disco diamantado está sendo utilizado para a remoção da estrutura, considerada de risco pelas más condições em que se encontrava.

Os trabalhos são realizados pelo consórcio Maracanã Rio 2014, formado pela Odebrecht Infraestrutura, Andrade Gutierrez e Delta Construção, em parceria com a Casagrande Engenharia. Segundo João Luiz Casagrande, diretor da empresa, a solução ainda não havia sido utilizada no país.

Os trabalhadores utilizam o disco diamantado para o corte de peças de concreto de 20t, que depois são removidas por um guindaste. Para auxiliar no içamento, foi desenvolvida uma estrutura metálica que é conectada à peça que será cortada. Essa estrutura metálica se apoia nos "gigantes" do estádio, que são as colunas que sustentam a marquise sobre a arquibancada. "Como a estrutura (de concreto) está em condições precárias, precisávamos de uma estrutura leve, para que os trabalhadores não corressem risco durante os trabalhos", disse Casagrande.
 
Outro aspecto importante foi a diminuição da tensão dos cabos externos que ajudavam no suporte da marquise. Para evitar que esses cabos chicoteassem quando fossem cortados, a empresa realizou um esquentamento controlado com maçarico, para que o corte desses cabos fosse realizado de forma segura.
 
De acordo com Casagrande, a demolição convencional, realizada com marteletes, não seria viável financeiramente nem por conta do curto espaço de tempo para as obras. "Diminuímos o tempo dos trabalhos de 18 para 3 meses. Se as greves não tivessem ocorrido, a demolição já estaria completa", disse Casagrande.
 
A estrutura de concreto será substituída por uma cobertura de membranas tensionadas. As obras do estádio deverão ser finalizadas antes da Copa das Confederações, que acontecerá em julho de 2013.
 
Polêmica
 
A demolição da marquise foi aprovada após um estudo realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), que comprovou que a estrutura de concreto não estava em condições seguras, devido ao alto número de fissuras no concreto, à corrosão das armaduras e ao concreto estufado em alguns pontos da cobertura. "A corrosão das armaduras, e suas consequências, é a manifestação patológica mais incidente e preocupante instalada nas estruturas de concreto do estádio Maracanã", diz o estudo.
 
Em agosto, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) tentou suspender as obras de demolição, alegando que, como bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o estádio deveria manter suas características iniciais e que as modificações propostas eram "radicais". O MPF-RJ sugeriu que, se não fosse possível a reconstrução das partes demolidas, que fosse construída uma nova cobertura, com as mesmas características da antiga. Mas, a Justiça Federal não aceitou a liminar do Ministério, afirmando que a demolição era necessária.