Vestibular 2007 da UFG e feminização da universidade

Jornal Diário da Manhã 04/03/2007

Profa. Dra. Verbena Moreira Soares de Sousa Lisita

As opiniões preconceituosas e machistas de Marcelo Caixeta (Crítica à feminização da universidade, Diário da Manhã, 27/02/2007) sobre o papel da mulher na universidade não merecem considerações, por descabidas que são. No entanto, em relação aos dados sobre o Vestibular 2007 da UFG citados pelo autor, esclarecemos que dentre os candidatos aprovados para todos os cursos da UFG, 45,85% são homens e 54,15% são mulheres. Especificamente no curso de Medicina, 57,27% são homens e 42,73% são mulheres.

Informamos que as provas do Vestibular da UFG são elaboradas com base no perfil e nas habilidades gerais esperadas do egresso do Ensino Médio pela universidade. Por se tratar de uma instituição que se propõe a formar homens e mulheres aptos a exercerem a sua profissão de maneira produtiva, ética e cidadã, o que se espera dos candidatos a um curso de graduação da UFG é que sejam capazes de estabelecer relações entre conhecimentos específicos e o contexto social mais amplo; escrever com clareza e coerência; desenvolver cálculos e lidar com interpretação simbólica; identificar, analisar e propor soluções para situações-problema, entre outras.

No caso específico da prova de Redação, a expectativa é a de que os candidatos sejam capazes de atuar, por meio de diferentes textos, nas diversas situações que exigem o uso da linguagem escrita. Para tanto, as provas da UFG oferecem três diferentes gêneros de textos, contemplando um mesmo tema, para que o candidato realize a sua escolha conforme a sua disposição e necessidade de narrar, argumentar e persuadir um interlocutor, seja ele homem ou mulher.

Na prova deste ano, cujo tema foi Há padrões para ser feliz?, o candidato poderia escolher um dentre os gêneros artigo de opinião, fábula e carta pessoal para desenvolvê-la. O artigo de opinião é um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas, trazendo reflexões a respeito de um tema atual de interesse do grande público, com base em argumentos sustentados por informações e opiniões que se complementam ou se opõem. A fábula é uma narrativa ficcional cuja mensagem pode ser sintetizada em uma moral no final do texto, ou seja, com um ensinamento que encerre uma lição. A carta pessoal é gênero utilizado para comunicar a amigos ou familiares notícias ou assuntos de interesse comum, de forma longa e detalhada.

Uma vez escolhido o gênero e subsidiado pela leitura de uma coletânea de textos sobre o tema, o candidato deveria ser capaz de produzir um texto para comunicar suas idéias e argumentos a um interlocutor, de forma clara e coerente. Fossem escritos por homens ou mulheres, os textos dos candidatos foram corrigidos com base em critérios de avaliação claramente definidos (adequação do texto produzido ao tema, à coletânea, ao gênero, à modalidade padrão da língua e à coesão e coerência) por dois professores independentes, os quais não tiveram acesso à nota atribuída pelo outro corretor, ao nome ou curso do candidato.

Como se vê, o mérito, seja de homens ou de mulheres, é o critério de seleção para ingresso nos cursos de graduação da UFG.

Profa. Dra. Verbena Moreira Soares de Sousa Lisita é presidente do Centro de Seleção da UFG