A cada ano, UFG recebe estudantes mais jovens

Patrícia Drummond
Quinze anos, sétimo lugar na classificação para o curso de Matemática da Universidade Federal de Goiás (UFG). O estudante Rodolfo Barbosa Santos nem bem concluiu o primeiro ano do ensino médio em um grande colégio particular da capital e já comemorou precocemente com os pais, Darmélia e Donizete, o resultado tão sonhado por milhares de famílias de ter um vestibulando aprovado em uma instituição pública de ensino superior.
De tão corriqueira, a situação já não surpreende tanto. Todos os anos, nos últimos processos seletivos da UFG - e também em outras grandes universidades goianas -, sobretudo de 2000 para cá, não é difícil encontrar adolescentes lotando escritórios de advocacia para tentar garantir uma liminar que assegure a entrada na faculdade antes da conclusão do terceiro ano, à revelia da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
A pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, argumenta que, com essa nova demanda, a universidade se depara com uma série de necessidades próprias da idade e também da procedência desses alunos que precisam ser cuidadosamente consideradas, tendo em vista as peculiaridades de cada curso. “Não temos homogeneidade na UFG. Cada curso tem as suas características, com diferentes habilidades esperadas de seus alunos, que, por sua vez, apresentam diferentes perfis socioeconômicos e culturais”, assinala.
Sandramara garante que a Federal de Goiás está, sim, preparada para receber toda essa moçada, pois “não vive descolada da sociedade”. De acordo com ela, embora não se deva radicalizar nesse sentido, em função das exceções, muitos elementos apontam para a dificuldade de alguns estudantes em lidar com a imaturidade. “Muitos dos aprovados chegam aqui imaturos, com necessidade e vontade de vivenciar outros momentos e histórias, o que é natural”, pondera.
Fonte: Jonal O Popular