Arte erótica em discussão
Jornal Diário da Manhã 13/03/2007
Professor Afonso Medeiros inaugura aula de mestrado e apresenta seminário oferecido pela UFG
Max Miranda da editoria do DMRevista
Mente privilegiada da teoria nas Artes Plásticas, o professor José Afonso Medeiros Souza, de Belém do Pará, inaugurou, na semana passada, a aula do mestrado em Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais (FAV) – Universidade Federal de Goiás. Também esclareceu as definições que rondam a Arte Erótica durante o seminário Imaginário do Corpo: Entre o Erotismo e a Pornografia, oferecido também pela UFG. Afonso Medeiros possui graduação em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Pará, especialização em História da Arte e mestrado em Arte-Educação pela Universidade de Shizuoka, Japão, e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professor-adjunto da Faculdade de Artes Visuais e diretor-geral do Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará.
O professor tem vasta experiência na área de Artes, principalmente nas áreas de Artes Visuais, Design, Semiótica e Cultura Japonesa. Durante o seminário, falou das acepções de erotismo, obsceno e pornografia. “São representações do corpo e dos desejos expressos na história da arte”, conta o professor. Ele se refere às esculturas, pinturas, fotografias, gravuras e ao cinema – imagens ao longo da história. “Erotismo vem de eros, mito do amor, e, portanto, refere-se à sensualidade do corpo, que também se entende por romantismo”, define. Nas explicações dele, pornografia, do grego, se entende por prostituição ou depravado: “Aborda a questão da sexualidade explícita, escancarada”, completa. Quanto ao obsceno, tem origem de impuro. “Também ligado ao corpo.” Durante o seminário, Afonso Medeiros privilegiou a riqueza das imagens: “Desde a representação do corpo idealizado (imagens de Vênus, Adão, Eva), século XIV, até a contemporaneidade, como os sites de relacionamento.”
Para ilustrar o seminário Imaginário do Corpo: Entre o Erotismo e a Pornografia, o professor não usou somente imagens consagradas da História da Arte. “E sim ilustrações de livros desde o século XIV, em que as relações se apresentam como obscenas ou pornográficas.” Paralelo a isso, falou ainda das manifestações por meio das imagens: “O quanto essa suposta fronteira entre o erotismo e a pornografia não é assunto tão nítido. Esses conceitos acabam dialogando, pois aquilo que é erótico pode ser pornográfico e vice-versa.” Diz que as gravuras japonesas dos séculos XVIII e XIX são, em princípio, claramente pornográficas e acabam sendo interpretadas como eróticas. “A partir do século XX até os dias de hoje, o conceito de erótico se ampliou, por meio das imagens, de modo a abarcar o obsceno e o pornográfico.” Afonso dá um exemplo atual: “Na capa da Veja da semana passada, uma mulher exala sensualidade e sexualidade ao mesmo tempo”, conclui.
Professor Afonso Medeiros inaugura aula de mestrado e apresenta seminário oferecido pela UFG
Max Miranda da editoria do DMRevista
Mente privilegiada da teoria nas Artes Plásticas, o professor José Afonso Medeiros Souza, de Belém do Pará, inaugurou, na semana passada, a aula do mestrado em Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais (FAV) – Universidade Federal de Goiás. Também esclareceu as definições que rondam a Arte Erótica durante o seminário Imaginário do Corpo: Entre o Erotismo e a Pornografia, oferecido também pela UFG. Afonso Medeiros possui graduação em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Pará, especialização em História da Arte e mestrado em Arte-Educação pela Universidade de Shizuoka, Japão, e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professor-adjunto da Faculdade de Artes Visuais e diretor-geral do Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará.
O professor tem vasta experiência na área de Artes, principalmente nas áreas de Artes Visuais, Design, Semiótica e Cultura Japonesa. Durante o seminário, falou das acepções de erotismo, obsceno e pornografia. “São representações do corpo e dos desejos expressos na história da arte”, conta o professor. Ele se refere às esculturas, pinturas, fotografias, gravuras e ao cinema – imagens ao longo da história. “Erotismo vem de eros, mito do amor, e, portanto, refere-se à sensualidade do corpo, que também se entende por romantismo”, define. Nas explicações dele, pornografia, do grego, se entende por prostituição ou depravado: “Aborda a questão da sexualidade explícita, escancarada”, completa. Quanto ao obsceno, tem origem de impuro. “Também ligado ao corpo.” Durante o seminário, Afonso Medeiros privilegiou a riqueza das imagens: “Desde a representação do corpo idealizado (imagens de Vênus, Adão, Eva), século XIV, até a contemporaneidade, como os sites de relacionamento.”
Para ilustrar o seminário Imaginário do Corpo: Entre o Erotismo e a Pornografia, o professor não usou somente imagens consagradas da História da Arte. “E sim ilustrações de livros desde o século XIV, em que as relações se apresentam como obscenas ou pornográficas.” Paralelo a isso, falou ainda das manifestações por meio das imagens: “O quanto essa suposta fronteira entre o erotismo e a pornografia não é assunto tão nítido. Esses conceitos acabam dialogando, pois aquilo que é erótico pode ser pornográfico e vice-versa.” Diz que as gravuras japonesas dos séculos XVIII e XIX são, em princípio, claramente pornográficas e acabam sendo interpretadas como eróticas. “A partir do século XX até os dias de hoje, o conceito de erótico se ampliou, por meio das imagens, de modo a abarcar o obsceno e o pornográfico.” Afonso dá um exemplo atual: “Na capa da Veja da semana passada, uma mulher exala sensualidade e sexualidade ao mesmo tempo”, conclui.