Usinas de álcool vão mais que triplicar

Jornal O Popular, 11/03/2007

Usinas de álcool vão mais que triplicar

O etanol, alternativa ecológica e econômica
aos derivados de petróleo, que atraiu o presidente
Bush, dá nova dimensão à economia goiana

Vinicius Jorge Sassine

seloeco.gif (3392 bytes)A cana-de-açúcar já se inscreveu na história da economia brasileira, desde os tempos coloniais até agora, garantindo, inclusive, a projeção do etanol no mercado internacional. Nos próximos anos, ela vai interferir também nas vocações agrícola e industrial de Goiás: a produção do álcool combustível passará necessariamente pelo Estado. O etanol é uma alternativa ecológica e econômica aos derivados de petróleo e atraiu o interesse do presidente dos EUA, George W. Bush, que esteve no Brasil na semana passada.

Num movimento silencioso, milionário e alinhado à demanda internacional pelos biocombustíveis, investidores de São Paulo, da Região Nordeste e de outros países estão destinando recursos para a construção de novas usinas de álcool em cidades goianas. Em menos de sete anos, a quantidade de usinas deve mais do que quadruplicar.

Tradicionais produtores de álcool, cujos canaviais remetem à colonização do território brasileiro, São Paulo e Estados nordestinos parecem ter ficado pequenos diante da importância econômica adquirida pelo álcool brasileiro. Empresários das duas regiões procuraram os usineiros goianos e o governo estadual. Encontraram respaldo tanto na iniciativa privada quanto no setor público. Além das 15 usinas de álcool e açúcar já existentes em Goiás, 51 novos projetos foram aprovados pelo governo para receber incentivos fiscais (veja o mapa). O valor bilionário dos incentivos não é revelado pela Secretaria de Indústria e Comércio. Já os investimentos por parte dos empresários devem superar R$ 6,8 bilhões. Nas novas usinas, está prevista a geração de 28 mil empregos diretos.

Biodiesel
Numa escala menor, mas na mesma tendência de crescimento, a fabricação de biodiesel também ganha força em Goiás. Enquanto a base do etanol é a cana-de-açúcar, o biodiesel produzido em Goiás deriva principalmente da soja, da mamona, do dendê e até mesmo do pinhão-manso, que tem enorme potencial de extração de óleo, mas ainda pouca tecnologia empregada. As três empresas que processam o biocombustível, instaladas em cidades goianas, já respondem por 15% da capacidade de produção nacional, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Outras oito empresas tiveram aprovados os projetos de incentivo fiscal do governo estadual. Com a produção de biodiesel, devem gerar 2,2 mil empregos e investir R$ 328 milhões em cidades do interior do Estado.