Novo século do saber, por Pedro Wilson Guimarães
Jornal Diário da Manhã, 27/04/2007
Novo século do saber, por Pedro Wilson Guimarães
“Este é o século da elite do saber, e não da elite do berço e sobrenome”
Luiz Inácio Lula da Silva
O Brasil, definitivamente, é um país rico, porém com um contrastante número de pobres. A má distribuição de renda é o principal entrave para o nosso desenvolvimento e conseqüentemente para a conquista de uma maior equidade de direitos para todos.
No Relatório de Desenvolvimento Humano - RDH - do ano de 2005, éramos apontados como referência de desigualdade no mundo. Já no RDH 2006, perdemos o indesejado título e recebemos elogios por conseguir dar uma guinada na curva da desigualdade. “O crescimento econômico criou empregos e promoveu aumento real de salário... um amplo programa social – o Bolsa Família – tem feito transferências de renda para 11 milhões de famílias que vivem na pobreza extrema ou moderada para ajudar na alimentação, saúde e educação, criando benefícios hoje e bases para o futuro”, ressalta o relatório.
Houve um incremento anual de 0,9% da renda per capita nacional, no qual o crescimento dos 10% mais pobres foi de 8% ao ano, enquanto que a renda dos 10% mais ricos caiu 0,3%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O resultado positivo está longe de permitir qualquer tipo de acomodação, pois ainda existe um verdadeiro abismo social entre alguns poucos brasileiro detentores das riquezas nacionais e outros milhões situados na chamada “linha de pobreza” e outros tantos abaixo dela. Contudo, nos serve como alento e renova nossa esperança de viver em um Brasil mais igual.
Na manhã do dia 24 de abril, o governo federal deu mais um passo na direção da consolidação desta esperança. O Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE foi lançado em Brasília como um importante vetor de distribuição de renda do País.
O presidente Lula destacou 3 pontos relevantes do PDE: 1º) Transformar o Brasil no país mais democrático do mundo no acesso à universidade, “abrindo a universidade para o povo”. O plano aumenta em 100 mil o número anual de bolsas do Prouni, programa federal que financia o ensino superior de estudantes sem recursos; 2º) Ampliar e modernizar o ensino profissionalizante, implantando pelo menos uma escola técnica em cada “cidade-pólo” do Brasil; 3º) Priorizar a Região Nordeste, onde estão 95% dos 1.000 municípios com os mais baixos indicadores na educação. Estes municípios também têm taxas de analfabetismo superiores a 35% na população acima de 15 anos. O Ministério da Educação - MEC - quer repassar um bilhão de reais nos próximos 12 meses para colocar estes estudantes em condições de igualdade com os demais, para que o Brasil possa elevar esses indicadores.
Outra medida importante foi o anúncio da criação do Ideb - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - como forma de monitorar o ensino básico brasileiro. A proposta é que em um prazo de 15 anos o Ideb atinja a nota 6, equivalente ao mesmo índice de países desenvolvidos.
O plano também se preocupou em corrigir um verdadeiro disparate da educação brasileira. Ainda hoje, 700 mil alunos da educação básica, em 18 mil escolas, não dispõem de energia elétrica nas salas de aula. Isso incide diretamente na produtividade e até na saúde do estudante. O PDE prevê também o atendimento de 44 milhões de pessoas, nos próximos 3 anos, com exames oftalmológicos e distribuição gratuita de óculos pelo Sistema Único de Saúde - SUS.
O PDE também pontua sobre um salário mínimo para todos os professores da rede pública de ensino. O valor é de R$ 850,00, já que em algumas cidades existem professores ganhando menos de um quarto do salário mínimo nacional, que é de R$ 380,00.
Estão previstos no plano estimular a implantação de cursos noturnos nas universidades federais (almejando dobrar as 580 mil vagas existentes em 10 anos), incentivar com bolsas e fundos para pesquisas 1.500 novos doutores, evitando a transferências destes profissionais para o exterior, criar mil pólos de formação de professores em parcerias com prefeituras, concretizando o programa Universidade Aberta, financiar programas de transporte escolar e informatizar 130 mil escolas públicas.
Não ficou de fora do plano o investimento em atividades extracurriculares como cultura, esporte e lazer, que serão realizadas em parceria com os ministérios dos Esportes, da Cultura e do Desenvolvimento Social.
De tal sorte que a educação brasileira poderá comemorar no próximo dia 28 o seu dia, com a esperança de representar de fato e de direito o que todos defendem e promulgam: “que ela é a solução para inversão das desigualdades do Brasil”. Feliz dia da educação a todos professores, servidores e estudantes que têm a ousadia de transformar nossa sociedade.
Pedro Wilson Guimarães é deputado federal (PT/GO) e ex-prefeito de Goiânia
Novo século do saber, por Pedro Wilson Guimarães
“Este é o século da elite do saber, e não da elite do berço e sobrenome”
Luiz Inácio Lula da Silva
O Brasil, definitivamente, é um país rico, porém com um contrastante número de pobres. A má distribuição de renda é o principal entrave para o nosso desenvolvimento e conseqüentemente para a conquista de uma maior equidade de direitos para todos.
No Relatório de Desenvolvimento Humano - RDH - do ano de 2005, éramos apontados como referência de desigualdade no mundo. Já no RDH 2006, perdemos o indesejado título e recebemos elogios por conseguir dar uma guinada na curva da desigualdade. “O crescimento econômico criou empregos e promoveu aumento real de salário... um amplo programa social – o Bolsa Família – tem feito transferências de renda para 11 milhões de famílias que vivem na pobreza extrema ou moderada para ajudar na alimentação, saúde e educação, criando benefícios hoje e bases para o futuro”, ressalta o relatório.
Houve um incremento anual de 0,9% da renda per capita nacional, no qual o crescimento dos 10% mais pobres foi de 8% ao ano, enquanto que a renda dos 10% mais ricos caiu 0,3%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O resultado positivo está longe de permitir qualquer tipo de acomodação, pois ainda existe um verdadeiro abismo social entre alguns poucos brasileiro detentores das riquezas nacionais e outros milhões situados na chamada “linha de pobreza” e outros tantos abaixo dela. Contudo, nos serve como alento e renova nossa esperança de viver em um Brasil mais igual.
Na manhã do dia 24 de abril, o governo federal deu mais um passo na direção da consolidação desta esperança. O Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE foi lançado em Brasília como um importante vetor de distribuição de renda do País.
O presidente Lula destacou 3 pontos relevantes do PDE: 1º) Transformar o Brasil no país mais democrático do mundo no acesso à universidade, “abrindo a universidade para o povo”. O plano aumenta em 100 mil o número anual de bolsas do Prouni, programa federal que financia o ensino superior de estudantes sem recursos; 2º) Ampliar e modernizar o ensino profissionalizante, implantando pelo menos uma escola técnica em cada “cidade-pólo” do Brasil; 3º) Priorizar a Região Nordeste, onde estão 95% dos 1.000 municípios com os mais baixos indicadores na educação. Estes municípios também têm taxas de analfabetismo superiores a 35% na população acima de 15 anos. O Ministério da Educação - MEC - quer repassar um bilhão de reais nos próximos 12 meses para colocar estes estudantes em condições de igualdade com os demais, para que o Brasil possa elevar esses indicadores.
Outra medida importante foi o anúncio da criação do Ideb - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - como forma de monitorar o ensino básico brasileiro. A proposta é que em um prazo de 15 anos o Ideb atinja a nota 6, equivalente ao mesmo índice de países desenvolvidos.
O plano também se preocupou em corrigir um verdadeiro disparate da educação brasileira. Ainda hoje, 700 mil alunos da educação básica, em 18 mil escolas, não dispõem de energia elétrica nas salas de aula. Isso incide diretamente na produtividade e até na saúde do estudante. O PDE prevê também o atendimento de 44 milhões de pessoas, nos próximos 3 anos, com exames oftalmológicos e distribuição gratuita de óculos pelo Sistema Único de Saúde - SUS.
O PDE também pontua sobre um salário mínimo para todos os professores da rede pública de ensino. O valor é de R$ 850,00, já que em algumas cidades existem professores ganhando menos de um quarto do salário mínimo nacional, que é de R$ 380,00.
Estão previstos no plano estimular a implantação de cursos noturnos nas universidades federais (almejando dobrar as 580 mil vagas existentes em 10 anos), incentivar com bolsas e fundos para pesquisas 1.500 novos doutores, evitando a transferências destes profissionais para o exterior, criar mil pólos de formação de professores em parcerias com prefeituras, concretizando o programa Universidade Aberta, financiar programas de transporte escolar e informatizar 130 mil escolas públicas.
Não ficou de fora do plano o investimento em atividades extracurriculares como cultura, esporte e lazer, que serão realizadas em parceria com os ministérios dos Esportes, da Cultura e do Desenvolvimento Social.
De tal sorte que a educação brasileira poderá comemorar no próximo dia 28 o seu dia, com a esperança de representar de fato e de direito o que todos defendem e promulgam: “que ela é a solução para inversão das desigualdades do Brasil”. Feliz dia da educação a todos professores, servidores e estudantes que têm a ousadia de transformar nossa sociedade.
Pedro Wilson Guimarães é deputado federal (PT/GO) e ex-prefeito de Goiânia