UFG estuda adoção de cotas e bônus

Jornal O Popular, 01/05/2007

UFG estuda adoção de cotas e bônus

As condições em que os alunos dos cursos menos disputados chegam à Universidade Federal de Goiás (UFG) depois de passarem pelo não tão apertado funil do vestibular são vistas com preocupação, tanto que a instituição vem realizando um estudo para fazer mudanças já no próximo vestibular, no final deste ano. “Tudo isso nos preocupa muito, embora a UFG não seja responsável pelas condições de ensino que precedem a entrada do estudante na instituição”, pondera a pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves. “Sabemos que os estudantes oriundos da escola pública enfrentam defasagem na formação, é toda uma condição social com vários fatores que influirão no processo”, admite a pró-reitora.

As mudanças estudadas pela universidade passam até mesmo pela adoção de cotas, tanto pelo critério social quanto pelo racial. Outra é a instituição de um bônus de 5% a 10% na nota obtida no vestibular para os estudantes oriundos da rede pública. Outras duas mudanças estudadas são no sistema de avaliação: uma delas seria uma avaliação ao longo dos três anos do ensino médio, similar ao Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB) e outra, o aproveitamento do desempenho no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). “Estamos planejando essas mudanças ao mesmo tempo em que estamos trabalhando em conjunto com a Secretaria Estadual da Educação por mudanças nas escolas da rede”, observa Sandramara.

A pró-reitora destaca que os futuros professores, embora não tenham bom desempenho no vestibular, estão sendo bem formados na UFG. “Trabalhamos para oferecer a melhor formação possível”, diz. Sandramara, que é pedagoga e doutora em Educação, avalia que há vários fatores que levaram a escola pública a ter problemas com procesos formativos.

Problemas como a desvalorização e os baixos salários levam os jovens a buscar profissões mais compensadoras, justamente as mais concorridas. A UFG não tem dados científicos sobre a evasão de acadêmicos dos cursos de licenciatura para compará-los aos das graduações mais disputadas. “Esse número é elevado nas licenciaturas”, diz.