Estudantes em ação contra a leucemia
Estudantes em ação contra a leucemia
Luís Augusto Falconi A solidariedade movimentou ontem estudantes da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (UFG). Trata-se de uma campanha para doação de medula óssea, promovida pelo Hemocentro, no pátio da faculdade. A ação começou na quarta-feira, 9, em parceria com o Centro Acadêmico de Odontologia, que divulgou a campanha na faculdade e em outros cursos da UFG ministrados na Praça Universitária, como Farmácia e Direito.
A mobilização dos estudantes de Odontologia se deve à luta que Marina Tayla Aguiar, 19 anos, estudante da faculdade, trava desde agosto de 2006 contra a doença – a história da garota foi contada pelo HOJE, em abril. Marina cursava o 1° semestre do curso quando descobriu ser portadora de leucemia linfóide aguda. A jovem passou por oito sessões de quimioterapia no Hospital das Clínicas e atualmente recebe tratamento em casa. Ontem ela precisou ser internada no Hospital Araújo Jorge, mas, segundo a mãe, Keila Dias Mesquita, 37, seria liberada hoje.
O vigilante da Faculdade de Odontologia da UFG José Lima, 32, foi uma das primeiras pessoas a ter cinco mililitros do sangue colhido para análise ontem. Ele diz que conheceu o problema de Marina por meio do HOJE e ficou tocado. José incentiva quem puder a fazer o mesmo. “Mesmo com medo de agulha resolvi participar”, incentiva. A estudante do 5° ano de Direito Camila Benites Soares, 22, conta que já tinha ouvido falar sobre câncer e medula óssea, mas nunca tinha tido a chance de se candidatar como doadora. Por isso aproveitou a chance ontem.
Aluna do 3° ano de Odontologia, Fernanda Rocha Vasques, 22, também participou da campanha. Ela disse que os pais freqüentam a igreja da qual a família de Marina faz parte e sempre tem notícia da moça. Na faculdade, elas não tiveram chance de se conhecer, já que a moça freqüentou as aulas apenas quatro meses. “Sinto-me útil fazendo o teste. Se não puder doar medula para Marina, existe chance, mesmo que pequena, de ser para outra pessoa”, assinala. Segundo o Ministério da Saúde, a chance de um paciente encontrar um doador de medula fora do ambiente familiar é de uma em um milhão.
O diretor-geral do Hemocentro, Celso da Silveira Barros, diz que, depois da divulgação do caso de Marina Tayla Mesquita Aguiar, o número de pessoas que procuraram a unidade habilitando-se a doar medula duplicou. “Estamos colhendo entre 15 e 20 amostras de sangue por dia, o que representa o limite da nossa capacidade de análise”, comemora. Ele destaca que as coletas são feitas o ano todo na unidade do Hemocentro da Avenida Anhangüera n° 5.195, Setor Coimbra, próximo ao edifício da Vigilância Sanitária.