UFG sedia o 27º Congresso Brasileiro de Nematologia

Portal Andifes, 07/05/2007

UFG sedia o 27º Congresso Brasileiro de Nematologia

A Universidade Federal de Goiás (UFG) sediará, entre os dias 7 a 11 de maio, o 27º Congresso Brasileiro de Nematologia. Com o tema “Nematóides na Agricultura do Cerrado”, o evento contará com palestras, mesas-redondas e minicursos voltados não apenas para a Nematologia em Goiás, mas em todo Brasil e países estrangeiros, visto que essa ciência refere-se a um problema de amplitude mundial.

Devem participar professores e pesquisadores de diversas instituições nacionais e internacionais, como Embrapa (Recursos Genéticos, Agropecuária Oeste, Hortaliças e Soja), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade de Brasília (UnB), Universidade de Nebrasca, Universidade do Estado da Carolina do Norte, Universidade Estadual de Michigan, dentre outras.

A Nematologia consiste no estudo dos nematóides, microorganismos que vivem em qualquer ambiente ou ecossistema onde exista água, sendo no geral sensíveis a fortes estresses hídricos. Podem ser encontrados no solo, em órgãos vegetais (raízes, tubérculos, caule, folhas, sementes) e tecidos de diferentes tipos de animais. No âmbito da agricultura, provocam doenças nas raízes das plantas, sugando a seiva e deixando-as debilitadas. A variedade de espécies desse verme é muito grande, sendo assim, pomares, hortaliças e grandes culturas podem ser afetadas. Na região Centro-Oeste, há histórico de graves problemas em culturas de soja, cana-de-açúcar e algodão, devido aos nematóides.

O prejuízo gerado é grande, já que eles podem desencadear redução da produção e, para algumas plantações, representar uma das principais limitações para o seu desenvolvimento. O produtor deve ficar atento, monitorando sempre o solo, onde fica o verme, já que sua população pode aumentar ou diminuir constantemente. Portanto, a doença nunca é dizimada, pois o verme pode ficar em estado latente. As medidas para contornar o problema variam de acordo com cada região, cultura, ou espécie de nematóide.

As principais saídas para a redução da praga são o controle químico, com o uso do nematicida, que é viável por ser mais rápido, porém, polui o meio ambiente. O controle cultural, com a rotação de cultura, é também uma opção utilizada. No caso da cultura da soja, por exemplo, o agricultor pode substituí-la por uma cultura que não seja hospedeira, por alguns anos, a fim de controlar o número de vermes no solo, até que ele diminua, amenizando o risco de ocorrência de doenças.

O controle genético, onde a espécie atacada é substituída por uma outra, resistente ao nematóide, também pode ser uma solução. A Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da UFG conta com um laboratório de Nematologia, coordenado pela professora Mara Rúbia da Rocha. Ela comanda um grupo de pesquisa na área, com estudantes de graduação e pós-graduação, que desenvolvem alguns projetos com as culturas de cana, soja e algodão, com as quais são realizados experimentos conduzidos tanto no campo, quanto em laboratório.

Para o congresso, são esperados cerca de 300 participantes, incluindo os sócios da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), que completa 30 anos em 2007. Para a professora, o principal objetivo do evento é incentivar e despertar nos estudantes, não só da UFG, mas também de outras instituições, o interesse pela Nematologia, já que eles serão futuros pesquisadores. Compartilhar experiências sobre o assunto também é outro ponto relevante no evento. “Os nematóides também são um problema sério na cultura de algodão nos Estados Unidos e no Canadá. As regiões são distintas, mas também sofrem com a ação dos vermes”, afirma.

Para mais informações, acesse a página do evento na internet www.ciagri.usp.br/~sbn. Contato: cbn27@bol.com.br ou (62) 3521-1531.