Auto-estima é ótimo investimento para o futuro de um jovem

Portal Estadão, 18/05/2007

Auto-estima é ótimo investimento para o futuro de um jovem

Estudo aponta que a auto-estima positiva atua como um acelerador, que, como combustível para fogo, leva os que têm mais vantagem na sociedade a agir melhor

MIAMI - Acreditar em si mesmo é, sem dúvida, um bem para o espírito, mas também pode ser um excelente investimento para aumentar a conta corrente de uma pessoa, diz um estudo divulgado nesta sexta-feira, 18, pela Universidade da Flórida (UFA).

O estudo diz que os adolescentes e jovens que mostram uma boa auto-estima obtêm em sua etapa de maturidade melhores salários que aqueles que expressam menor confiança em si mesmo, disse Timothy Judge, professor da UFA e responsável pelo trabalho.

"Existem significativas vantagens para as crianças que crescem com pais bem educados, mas estas vantagens são especialmente profundas quando os filhos mostram uma boa auto-estima", declarou Judge, cuja pesquisa será publicada no final deste ano.

Ele afirmou que uma "auto-estima positiva parece atuar como um acelerador, que, como o combustível para o fogo, leva os que têm mais vantagem em nossa sociedade a agirem melhor".

Os resultados do estudo confirmam esta teoria. Para as pessoas com pouca auto-estima, ou que tenham crescido em um lar pobre não faz quase diferença com relação ao salário que recebem quando adultos, cerca de US$ 7 mil por ano.

No entanto, os que desenvolvem uma boa auto-estima e cresceram em um ambiente de prosperidade encontram uma grande diferença, aproximadamente de US$ 28 mil em relação aos que expressaram baixa confiança neles mesmos.

Além disso, "caso os pais sejam médicos ou advogados, uma positiva auto-estima importa muito mais que se o pai é pedreiro e trabalha em um restaurante de fast-food", declarou Judge.

O estudo diz que os filhos cujos pais são economistas e as mães químicas, por exemplo, e desenvolveram uma atitude de boa auto-estima receberam um salário de US$ 96.220, diante dos US$ 50.968 que obtiveram os que refletiam pouca auto-estima.

Aqueles com boa auto-estima e procedentes de famílias em que, por exemplo, o pai era pedreiro e a mãe garçonete, o salário médio era de US$ 58 mil ao ano, em comparação aos US$ 51 mil obtidos pelos que não tinham boa auto-estima.

A pesquisa usou informações de um censo sobre a juventude, e estudou 12.686 americanos, homens e mulheres com idades de 14 a 22 anos, que foram entrevistados pela primeira vez em 1979. Os entrevistados tinham em 2002 entre 37 e 45 anos quando foram revisadas suas receitas.