Galeria da FAV-UFG expõe a coletânea Fragmentos do Corpo
Portal Andifes, 21/05/2007
Galeria da FAV-UFG expõe a coletânea Fragmentos do Corpo
A Galeria da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás inaugura na próxima terça-feira, dia 22, às 10h, a exposição coletiva “Fragmentos do Corpo”, com apresentação de Selma Parreira, artista plástica, professora da Faculdade de Artes Visuais e coordenadora interina da Galeria da FAV. “Fragmentos do Corpo” reúne um conjunto com obras de dez artistas: Anahy Jorge, Eliane Chaud, Ciça Fittipaldi, Suelita Costa, Célio Braga, Divino Sobral e Keith Richard (Goiás); Fernando Lucchesi (MG), Elder Rocha (DF) e Marcelo Moscheta (SP).
Esses artistas enfatizam em suas obras temáticas relacionadas ao corpo. Os artistas aceitaram o convite e participam da exposição “Fragmentos do Corpo” apresentando obras resquícios, pedaços de corpo – pêlos, penas e mechas de cabelo.
As obras são apresentadas nas categorias: instalação, objeto, colagem, pintura e fotografia. No texto “Corpo dos Sentimentos e do Imaginário”, a curadora Selma Parreira declara: “Neste conjunto de obras, interagimos com o corpo que, em fragmentos, conta a complexidade de uma fonte de investigação plástica. Os artistas abordam forma e funções do corpo, revelam identidades e códigos, mas também usam partes e retalhos para denunciar violências físicas e morais, éticas e sociais. Falam, também, de lembranças, religiosidade, sentimentos e repertórios de inteligibilidade de corpos que evocam passagens temporalmente construídas na relação com o outro.”
Perfil dos artistas
Anahy Jorge, artista goiana e professora da Faculdade de Artes Visuais que está atualmente realizando estudos no Canadá. Apresenta a instalação “Direto da Rua”, mostra cabeças, braços e pernas de bonecas aprisionadas em vidros de doce, como compotas. Tudo mergulhado no formol com etiquetas que anunciam: Tudo está a venda! Infância interrompida: uma denúncia do presente que causa vergonha coletiva.
Célio Braga, artista goiano que reside e trabalha na Holanda há vários anos, apresenta em técnica mista usando sobre fotografia recortes, colagens de plástico e pigmentos. O artista convoca e nos atrai para um olhar bem próximo e neste momento percebemos que a imagem é um torso e os cortes representam perfurações e marcas, eles representam cicatrizes e profundas marcas de sofrimento.
Ciça Fittipaldi, com a obra “Emplumados”, apresenta dois corpos: um negro e outro branco. As peças pendem do teto, disformes e vazias, arrastando-se até o solo. Peles sem conteúdo, superfícies de tecido revestidas com penas de aves, frágeis e solenes a um só tempo. Usando penas brancas e negras, Ciça também expõe um elemento abstrato retirado da geometria que se empluma, ganha corpo e se alonga no chão.
Divino Sobral, também envolvido com aspectos da pele e suas funções - o que ela esconde, mostra, insinua, apresenta pedaços de roupas que conservam características do corpo. São tecidos que possuem pêlos costurados, fragmentos que aludem a vivências do contato roupa-pele / corpo-memória.
Elder Rocha se despe da pele e mostra o corpo totalmente sem proteção. Ele nos convida a ver os músculos, as articulações e veias. Quer entender e explicar tudo; forma e função evocam a genética, tamanha sua necessidade de conhecer, de desnudar com a precisão de um cirurgião. Depois de separar alguns órgãos e membros, Elder novamente os reúne colocando-os a serviço dos seus sentimentos, seu imaginário e delírios. Incansável, ele monta espaços onde convivem seres indefinidos, universo de realidade e ficção.
Eliane Chaud apresenta um politípico composto de colagens de pequenos retalhos sobre tecido. Fragmentos que remetem ao corte / costura, moldes para cobrir o corpo. A artista monta suas lembranças com bordados realizados ainda quando criança, pequenos restos, preciosas relíquias de sua história.
Uma pequena cabeça está presente na obra de Fernando Lucchesi, uma relíquia impregnada de tradição e religiosidade. Flores de folhas de flandres, um universo barroco dentro de caixa solenemente arrematada de roxo e prata.
Na obra de Keith Richard, um jovem personagem se reveste com couro de cabra, pele do animal abatido. Ele incorpora uma estética rústica, primária, se transformando num ser híbrido - forma de homem / pele de cabra. A fotografia registra um ensaio performático: o estranho ser ensaia para voar.
Marcelo Moscheta trouxe para esse encontro duas situações distintas em que apresenta o coração. Um, de folha de ouro, fala do indivíduo nobre de sentimentos verdadeiros e puros; o outro tem o mesmo contorno, mas é feito com poeira. Sua textura e opacidade revelam o repudiável do humano em sua perversidade, em seus sentimentos desprezíveis.
Fiapos de tecidos, retalhos de roupas, um pequeno coração vermelho, mechas de cabelo... São lembranças que Suelita guarda com apego para montar seus relicários. É um relato visual de sua historia. Nele encontramos pistas e indícios de sua religiosidade e da intenção de preservar, vívidos, fatos e objetos pertencentes a sua memória.
Galeria da FAV-UFG expõe a coletânea Fragmentos do Corpo
A Galeria da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás inaugura na próxima terça-feira, dia 22, às 10h, a exposição coletiva “Fragmentos do Corpo”, com apresentação de Selma Parreira, artista plástica, professora da Faculdade de Artes Visuais e coordenadora interina da Galeria da FAV. “Fragmentos do Corpo” reúne um conjunto com obras de dez artistas: Anahy Jorge, Eliane Chaud, Ciça Fittipaldi, Suelita Costa, Célio Braga, Divino Sobral e Keith Richard (Goiás); Fernando Lucchesi (MG), Elder Rocha (DF) e Marcelo Moscheta (SP).
Esses artistas enfatizam em suas obras temáticas relacionadas ao corpo. Os artistas aceitaram o convite e participam da exposição “Fragmentos do Corpo” apresentando obras resquícios, pedaços de corpo – pêlos, penas e mechas de cabelo.
As obras são apresentadas nas categorias: instalação, objeto, colagem, pintura e fotografia. No texto “Corpo dos Sentimentos e do Imaginário”, a curadora Selma Parreira declara: “Neste conjunto de obras, interagimos com o corpo que, em fragmentos, conta a complexidade de uma fonte de investigação plástica. Os artistas abordam forma e funções do corpo, revelam identidades e códigos, mas também usam partes e retalhos para denunciar violências físicas e morais, éticas e sociais. Falam, também, de lembranças, religiosidade, sentimentos e repertórios de inteligibilidade de corpos que evocam passagens temporalmente construídas na relação com o outro.”
Perfil dos artistas
Anahy Jorge, artista goiana e professora da Faculdade de Artes Visuais que está atualmente realizando estudos no Canadá. Apresenta a instalação “Direto da Rua”, mostra cabeças, braços e pernas de bonecas aprisionadas em vidros de doce, como compotas. Tudo mergulhado no formol com etiquetas que anunciam: Tudo está a venda! Infância interrompida: uma denúncia do presente que causa vergonha coletiva.
Célio Braga, artista goiano que reside e trabalha na Holanda há vários anos, apresenta em técnica mista usando sobre fotografia recortes, colagens de plástico e pigmentos. O artista convoca e nos atrai para um olhar bem próximo e neste momento percebemos que a imagem é um torso e os cortes representam perfurações e marcas, eles representam cicatrizes e profundas marcas de sofrimento.
Ciça Fittipaldi, com a obra “Emplumados”, apresenta dois corpos: um negro e outro branco. As peças pendem do teto, disformes e vazias, arrastando-se até o solo. Peles sem conteúdo, superfícies de tecido revestidas com penas de aves, frágeis e solenes a um só tempo. Usando penas brancas e negras, Ciça também expõe um elemento abstrato retirado da geometria que se empluma, ganha corpo e se alonga no chão.
Divino Sobral, também envolvido com aspectos da pele e suas funções - o que ela esconde, mostra, insinua, apresenta pedaços de roupas que conservam características do corpo. São tecidos que possuem pêlos costurados, fragmentos que aludem a vivências do contato roupa-pele / corpo-memória.
Elder Rocha se despe da pele e mostra o corpo totalmente sem proteção. Ele nos convida a ver os músculos, as articulações e veias. Quer entender e explicar tudo; forma e função evocam a genética, tamanha sua necessidade de conhecer, de desnudar com a precisão de um cirurgião. Depois de separar alguns órgãos e membros, Elder novamente os reúne colocando-os a serviço dos seus sentimentos, seu imaginário e delírios. Incansável, ele monta espaços onde convivem seres indefinidos, universo de realidade e ficção.
Eliane Chaud apresenta um politípico composto de colagens de pequenos retalhos sobre tecido. Fragmentos que remetem ao corte / costura, moldes para cobrir o corpo. A artista monta suas lembranças com bordados realizados ainda quando criança, pequenos restos, preciosas relíquias de sua história.
Uma pequena cabeça está presente na obra de Fernando Lucchesi, uma relíquia impregnada de tradição e religiosidade. Flores de folhas de flandres, um universo barroco dentro de caixa solenemente arrematada de roxo e prata.
Na obra de Keith Richard, um jovem personagem se reveste com couro de cabra, pele do animal abatido. Ele incorpora uma estética rústica, primária, se transformando num ser híbrido - forma de homem / pele de cabra. A fotografia registra um ensaio performático: o estranho ser ensaia para voar.
Marcelo Moscheta trouxe para esse encontro duas situações distintas em que apresenta o coração. Um, de folha de ouro, fala do indivíduo nobre de sentimentos verdadeiros e puros; o outro tem o mesmo contorno, mas é feito com poeira. Sua textura e opacidade revelam o repudiável do humano em sua perversidade, em seus sentimentos desprezíveis.
Fiapos de tecidos, retalhos de roupas, um pequeno coração vermelho, mechas de cabelo... São lembranças que Suelita guarda com apego para montar seus relicários. É um relato visual de sua historia. Nele encontramos pistas e indícios de sua religiosidade e da intenção de preservar, vívidos, fatos e objetos pertencentes a sua memória.