Juiz manda professor encerrar greve
Juiz manda professor encerrar greve
Marília Costa e Silva
O juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual, Avenir Passo de Oliveira, determinou aos servidores filiados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) que encerrem a greve da categoria deflagrada no dia 4, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil. Na mesma sentença o magistrado mandou que a secretária de Educação, Milca Severino Pereira, efetue o corte do ponto de cada servidor participante do movimento grevista.
O juiz justificou a decisão afirmando que “a deflagração da greve poderá colocar em risco a qualidade do ensino público” em Goiás. Além do mais, “a paralisação temporária do processo pedagógico poderá acarretar alteração no período letivo, impedindo que alunos da rede pública estadual concluam o ensino médio a tempo de participar do próximo processo seletivo para ingresso no ensino superior”. O juiz também ponderou que a greve poderá gerar prejuízos aos alunos do ensino fundamental, pois muitos dependem da merenda recebida na escola.
O presidente do Sintego, Domingos Pereira da Silva, no entanto, garante que o movimento grevista vai continuar, pelo menos até as 9 horas de sexta-feira, quando está agendada assembléia da categoria. A reunião será em frente à Assembléia Legislativa, onde os servidores da Educação estão acampados desde o último dia 23.
Domingos também assegura que tão logo seja intimado da sentença judicial vai recorrer dela ao Tribunal de Justiça de Goiás, pois acredita que a greve é um direito da categoria. Segundo o presidente do Sintego, caso a secretária de Educação faça o corte de ponto, os professores não farão a reposição das aulas que deixaram de ser dadas após o início da greve, o que poderá comprometer o ano letivo.
A categoria votou pela paralisação para reivindicar reposição salarial de 20,31%, entre outras questões. Em nota de esclarecimento direcionada na semana passada aos professores e servidores administrativos, a Secretaria de Educação informa que, em agosto do ano passado, foi criado grupo de trabalho para definir uma política salarial. Assegura também que há diálogo permanente entre a pasta e o sindicato e que se dispõe a manter a conversação sobre os pedidos que recebeu.