Primeiro mestrado brasileiro no exterior começa atividades

Portal Capes, 29/05/2007

Primeiro mestrado brasileiro no exterior começa atividades

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram nesta segunda-feira, 28, o primeiro mestrado promovido pelo Brasil no exterior. O mestrado em saúde pública será realizado em parceria com o governo de Angola por meio da Universidade Agostinho Neto, em Luanda.

O presidente da Capes, Jorge Guimarães, afirma que este é um passo de extrema importância para o país, porque diz respeito ao início do processo de internacionalização da pós-graduação brasileira. “Passados quatro décadas do início formal da pós-graduação no Brasil, que subsidia os enormes avanços da ciência nacional, vemos agora oportunidade de compartilhar essa experiência de sucesso com países que demandam tal participação, como é o caso dos países de língua portuguesa e outros do Mercosul”, avalia.

Guimarães revela que a Capes está formatando cursos de mestrado e doutorado com universidades norte-americanas, francesas e argentinas em áreas que o Brasil possui reconhecida liderança científica mundial, como agricultura tropical, arquitetura e construção, doenças tropicais, produção animal, saúde pública e automação. E acrescenta “Com a internacionalização fortalecemos a mobilidade de pesquisadores, professores e estudantes, além de revertermos uma situação recente em que só o Brasil, unilateralmente, enviava seus estudantes ao exterior”.

Mestrado em Angola - A turma terá 33 estudantes angolanos. O professor Paulo Sabóia, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz ministrará a primeira disciplina que abordará os temas saúde, estado e sociedade. A vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal e o diretor da Escola, Antônio Ivo de Carvalho, participam da aula magna.

De acordo com Maria do Carmo o objetivo do mestrado é formar profissionais angolanos qualificados para atuar na futura escola de saúde pública de Angola. “É muito importante que estes jovens sejam formados lá e este projeto é mais amplo porque o governo angolano precisa de pessoal altamente qualificado para montar seu sistema de saúde pública”, explica.

A iniciativa faz parte da política externa do governo federal de colaboração com países africanos e latino-americanos. “Com isso o Brasil quer fortalecer suas relações culturais e históricas com esses países, além de valorizar a língua portuguesa”, afirma Maria Leal.

História — Angola permaneceu em guerra durante 41 anos, de 1961 a 2002. No passado, foi dominada por países como Portugal e Holanda. Desde 1975 o Movimento Popular de Libertação de Angola governa o país. (Adriane Cunha)