Mudança no vestibular

Juliana Luiza e Ricardo César Goyá
Da editoria de Cidades

Marco Monteiro

Murilo ASsis

A Universidade Federal de Goiás (UFG) discute proposta de aproveitamento das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no seu vestibular. Se aprovada, a medida vale já para o processo seletivo de 2008, cuja data será definida em julho. A idéia inicial é de que o Enem incremente em 20% o total de pontos da primeira fase da seleção. Mas se o valor obtido no exame não possiblitar aumento da pontuação total, ele será descartado. Em suma: o aspirante à vaga não tem nada a perder ao solicitar a opção pelo aproveitamento do Enem, o que deve acontecer no ato da inscrição ao vestibular.

De acordo com a presidente do Centro de Seleção da UFG, Verbena Moreira Lisita, o debate sobre a proposta acontece na Câmara de Graduação da universidade. Logo depois, segue para o Conselho de Coordenação de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepec). Só após a decisão deste é elaborado edital. Apesar das etapas, tudo indica que o processo será rápido: a presidente do Centro de Seleção calcula que a deliberação ocorra até o mês que vem. “A tendência é de aprovação o quanto antes.”

O modelo de avaliação sugerido pela UFG segue os moldes da Universidade de Campinas (Unicamp), uma das mais respeitadas do País. A pró-reitora de graduação da UFG, Sandramara Matias Sales, explica que a discussão coloca a instituição goiana no rol das que primam por ações mais incisivas aos programas de inclusão social.

Além da inclusão do resultado do Enem no processo seletivo, fazem parte do programa de inclusão social da UFG outras duas ações, também em debate na Câmara de Graduação. A primeira diz respeito à possibilidade de alunos de escolas públicas adquirirem bônus para ingressarem em um dos cursos oferecidos. A segunda trata-se de proposta de acompanhamento dos estudantes do início ao fim da vida acadêmica com bolsas e assistência para evitar a evasão escolar. “Outra iniciativa já em andamento é a isenção de 5 mil inscrições ao vestibular para alunos de escolas públicas”, ressalta Sandramara.

Adesão tardia – Vice-diretora de um colégio particular localizado no Centro de Goiânia, Maria Aparecida Alves Faria comemora a discussão de incluir o Enem na avaliação da UFG. “Já estava na hora de a universidade goiana oferecer essa abertura aos alunos, uma vez que tantas outras instituições de peso seguiram essa linha.” Na opinião da profissional, o exame avalia bem a possibilidade de um aluno egresso do ensino médio cursar o ensino superior.

Inscrito no Enem e futuro candidato ao curso de Direito da UFG – um dos mais concorridos – o estudante Murilo Assis de Carvalho, 18, já havia sido informado sobre a possibilidade de participação do exame no vestibular. Entretanto, não deu muito crédito à notícia. “Acho difícil a medida valer neste ano” – previsão que ele lamentará por considerar o exame uma avaliação eficiente. “Fiz algumas listas de exercícios muito bons que já caíram no Enem. Mesmo que ele não valha agora para o vestibular da UFG, vou tentar o melhor de mim na prova”, comenta.