No ritmo do sucesso
No ritmo do sucesso
Wanda Oliveira
Da editoria de Cidades
Wanilce Arcanjo
O auxiliar de escritório Witer Teixeira Rodrigues, 19, não desanimou com reprovação no vestibular da UFG: na terceira tentativa para Administração de Empresas, ele aposta na boa leitura para êxito nas provas
Organização é a palavra-chave para qualquer vestibular ou concurso de final de ano. Encerrada a maratona de provas do primeiro semestre, o momento é de descanso. A retomada dos trabalhos deve começar após as férias de julho, momento em que o vestibulando vai repor suas energias e colocar a cabeça no lugar. Para aqueles que ficaram em casa, a dica é manter um ritmo tranqüilo de estudo neste período. Quem não obteve o resultado desejado nas seleções de meio de ano pode reiniciar a preparação com um bom ritmo de leitura, aconselham os mestres da área.
Segundo o professor Márcio Bernardes Oliveira, sentimentos de fracasso e desilusão devem ser trabalhados e, na medida do possível, devem ser utilizados positivamente para buscar energia e atingir o sucesso nas provas de final de ano. Ele diz que as avaliações deste período, às vezes, mantêm o mesmo nível das que ocorreram no vestibular de meio de ano. “Os candidatos devem verificar as provas feitas anteriormente e buscar o erro com a meta de compreender e reforçar no momento do estudo das matérias”, recomenda.
De acordo com Márcio, os vestibulares de meio de ano podem ser encarados como um treino, mas os candidatos não devem esquecer que há instituições de renome com seleção de inverno. Por isso, para os vestibulandos que concluíram o ensino médio, esta é uma boa oportunidade de ingressar na faculdade. Para ele, a partir do segundo semestre começa uma nova etapa de estudos para os mais concorridos exames acadêmicos do País. “Uma das dicas é não exagerar no número de universidades pretendidas”, diz. Outro conselho do professor é que o candidato aprimore seu desempenho por meio da lista de exercícios e simulados. “No cursinho que ministro aulas, os alunos têm 12 testes, inclusive de modelos diferentes, durante o semestre.”
Resultados do estudo são a melhor fórmula de manter a atenção no objetivo e a cabeça fria, explica o professor. Ele ressalta que notas altas em simulados e listas feitas por completo ajudam o vestibulando a ter confiança e buscar a tão sonhada aprovação, que exige, segundo ele, para os reconhecidos centros de saber, entrega total do aluno no estudo, horas de envolvimento e muito apoio dos familiares. Márcio afirma que a preparação para concurso público sempre exigirá um nível de capacitação. “Quanto mais cedo o aluno começar a se preparar para esse momento, maior será o desempenho e a chance de sucesso.” Todo estudo requer tranqüilidade e repouso para o corpo e a mente absorver todo o montante da informação coletada. Este é o alerta dos mestres no assunto.
O auxiliar de escritório Witer Teixeira Rodrigues, 19, prestará pela terceira vez o vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG). O curso já foi escolhido: Administração de Empresas. Para obter bons resultados no exame de final de ano, o candidato aposta na boa leitura. A maratona de estudos ainda não começou, mas ele promete que, a partir de agosto, vai se dedicar todos os dias aos livros, revistas e jornais. “Desta vez, estarei mais preparado. Tenho me dedicado muito pouco aos estudos, mas logo mudarei a rotina”, promete.
Witer afirma que, se preciso, passará noites em branco para obter os resultados desejados. “Um de meus maiores sonhos é passar na UFG.” Segundo ele, a meta só ainda não foi alcançada porque não levou tão a sério o segundo grau, que, diz, poderia ter sido decisivo na sua conquista a uma vaga na instituição. “Desperdicei a oportunidade, o ensino básico e fundamental para minha carreira.” Matemática e Português são as disciplinas que ele afirma ter maior dificuldade no momento das provas.
Rotina – Quem quer se preparar para qualquer tipo de concurso deve seguir uma rotina de estudos adequada à sua personalidade, informa o professor Guga Valente. Para ele, não adianta nada o candidato estudar 12 horas seguidas porque o concorrente dele também estuda. Então, se ele não absorve bem essa carga horária, seu organismo não se adapta a ela. “Não existe fórmula de estudo que não precise de ajustes.” Ele explica que o foco deve recair sobre as matérias em que o vestibulando apresenta maior dificuldade. “Se ele é bom em Biologia, não adianta estudar mais Biologia. O certo é partir para as matérias com menor afinidade.”
O vestibular de meio de ano é uma oportunidade de o candidato praticar, ou seja, treinar seus conhecimentos, diz Guga. De acordo com ele, para o aluno terceiranista, é interessante passar por esse teste no meio do ano. “Assim, ele se prepara para uma experiência no final do ano à qual ele já conhece.” Foi-se o tempo em que o acúmulo de conhecimento era imprescindível. “Hoje, o vestibular da instituição de ensino séria se preocupa muito mais com o posicionamento do candidato diante das questões relevantes do mundo do que com o número de fórmulas que ele decorou”, afirma Guga. Para ele, o candidato deve se preparar para aliar o raciocínio lógico ao pensamento crítico.
O professor diz que a relação de candidatos por vaga no final do ano é maior do que a do meio de ano. “É plausível pensar também que a prova do segundo semestre é mais difícil.” Guga diz que isso não se confirma, o que se sabe é que a preferência pela entrada na universidade é a do final do ano. Segundo ele, não existe diferença de conteúdo entre as provas. “O que salta aos olhos é que as provas nunca são iguais, pois os vestibulares estão em constante movimento.”
Cita a Universidade Federal de Goiás (UFG), por exemplo, que anunciou sua intenção em fazer uma prova interdisciplinar. “Geralmente, as mudanças mais visíveis são no fim do ano, apesar de não ser uma regra”, comenta. Em relação à carga horária, Guga diz que não existe uma quantidade de horas específicas. No entanto, pode estudar em torno de 30 a 50 minutos todos os dias por matéria e num total de cinco, no máximo, seis disciplinas por dia intercaladas por áreas. Para ele, mais importante do que o número de horas estudadas é a disciplina do candidato dia-a- dia, que pode fazer a diferença.