Aluna superinteligente pula etapa e chega à UFG

Jornal O Popular, 12/07/2007

Aluna superinteligente pula etapa e chega à UFG

Em decisão inédita, conselho de educação decide que estudante pode ingressar na universidade sem terminar o ensino médio

Patrícia Drummond

A adolescente Estellita Moraes Lamounier, de 17 anos, tornou-se a primeira estudante em Goiás, e uma das poucas no País, a obter o direito, sem ir à Justiça, de ter em mãos o certificado de conclusão do Ensino Médio para se matricular em uma universidade antes de encerrar a fase anterior. Ela, que se enquadra na classificação de altas habilidades ou superdotação, conquistou o benefício no Conselho Estadual de Educação (CEE) e agora pode se matricular no curso de Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG), para o qual foi aprovada no vestibular.

O conselho confirma que é a primeira vez na história do ensino em Goiás que é garantido acesso à universidade a um aluno que não concluiu regularmente as etapas regulares de estudo. O superintendente de Ensino Especial da Secretaria Estadual de Educação, Sebastião Donizete de Carvalho, foi o relator, no CEE, do processo que aprovou o pedido feito pelos pais de Estellita, Lamar Nunes Lamounier e Cristiane Moraes Lamounier.

Segundo ele, Estellita integra as estatísticas internacionais que estimam que pelo menos 2% dos estudantes possuem altas habilidades ou superdotação, caso de mais 31 alunos da rede pública do Estado, identificados em 42 escolas de Goiânia pelo Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação da Secretaria de Educação. Assessorado por especialistas, como psicólogos, o núcleo aplicou questionários nessas escolas. Foram selecionados 100 alunos que passaram por entrevistas. Desse grupo, 31 foram considerados com altas habilidades ou superdotação.

“São estudantes de potencial diferenciado, que chegam a cerca de 2% dos 850 mil alunos das escolas públicas em Goiás”, destaca Sebastião Donizete. Estes alunos, embora matriculados em escolas regulares, recebem acompanhamento – assim como seus familiares – para a continuidade dos estudos e o desenvolvimento adequado de suas habilidades. “Os professores também precisam ser orientados quanto à técnica e à metodologia para exigirem, em sala, dentro das habilidades de cada um destes alunos. Afinal, quem se destaca também precisa de atenção especial”, argumenta o membro e presidente da Câmara de Legislação e Normas do Conselho Estadual de Educação.