Inteligência, esforço ou sorte?

Jornal Diário da Manhã, 23/07/2007

Inteligência, esforço ou sorte?

Douglas Branquinho
Da editoria de Cidades

Henrique Luiz

O estudante de Engenharia Elétrica na UFG Alberto Filho, 19, acredita que nada além do esforço faz a aprovação no vestibular. Ele começava a estudar às 14 horas e só parava às 19 horas quando vestibulando

O estudante de Engenharia Elétrica na UFG Alberto Filho, 19, acredita que nada além do esforço faz a aprovação no vestibular. Ele começava a estudar às 14 horas e só parava às 19 horas quando vestibulando

Conseguir aprovação nas melhores instituições de ensino superior não é uma tarefa fácil. A concorrência cresce a cada ano, e a oferta de vagas avança em ritmo menor. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), em 1999, 1.786.827 estudantes disputaram 894.390 vagas em todo o País – 192 de instituições públicas e 905 de particulares. Em 2007, só na Universidade Federal de Goiás (UFG), 29.297 candidatos concorreram a uma das 3.783 vagas.

Dentro desse panorama, as possibilidades de se passar em razão da “sorte” tornam-se diminutas. O estudante de Engenharia Elétrica da UFG Alberto Filho, 19, acredita que nada além do esforço faz a aprovação. “A sorte acompanha quem se dedica.” Ele diz que, quando vestibulando, tinha rotina de cinco horas de estudos por dia, além da escola pela manhã. “Começava a estudar às 14 horas e só parava por volta das 19 horas. Numa época, estudei à noite, mas percebi que, no outro dia, meu rendimento era péssimo.”

Matemáticos dizem que a probabilidade de ser aprovado por meio do famoso “chute” é, de fato, mínima. Para se ter uma idéia, em uma prova de multipla escolha com cinco itens, não importa a alternativa escolhida, a probabilidade de um aluno acertar dessa forma é de 20%. Para responder corretamente a duas questões, a chance diminui para 4%. A três, fica ainda mais difícil: 0,8%.

Mas a estatística não é tão pessimista. Se o candidato chutar apenas algumas questões e souber a maioria, a coisa muda de figura. Ele pode ficar com duas alternativas, o que garante probabilidade de 50% de acerto. Por fim, independente de inteligência, esforço ou sorte, a maior parte dos especialistas afirma que a única solução para passar nas provas é estudar e manter a calma. Autoconfiança, estratégia e motivação tamém são decisivos para o sucesso.

A psicóloga Carlota Ximenes mostra algumas atitudes que podem auxiliar na prova. Alguns dias antes do vestibular, como na semana do evento, o estudante não deve querer revisar as matérias, mas sim fazer alguma atividade física, como caminhada ou bicicleta. “A atividade descança a mente, que vai precisar estar inteira para o exame.”

Carlota recomenda também uma alimentação balanceada e de preferência mais leve, pois comer bem ajuda no desempenho mental. Ingestão freqüente de líquidos é bem-vinda. “O estresse exagerado é o que causa o famoso ‘deu branco’ nos vestibulandos. Portanto, a solução é se despreocupar um pouco”.