Cem anos do pioneiro
Jornal O Popular, 23/08/2007
Cem anos do pioneiro
Lançamento de selo e de livro e exposição lembram os cem anos do nascimento de Colemar Natal e Silva, pioneiro de várias instituições culturais
Cristina Cabral/Cedoc
Colemar Natal e Silva: advogado e professor, esteve à frente de importantes iniciativas culturais do Estado
Rogério Borges
Quando Goiânia ainda se transformava em uma realidade após a mudança da capital do Estado e que tudo era incipiente, um homem nascido em Niquelândia (antes o povoado tinha o nome de São José do Tocantins) arregaçava as mangas e começava a construir um legado que permanece importante ainda hoje. Ele era Colemar Natal e Silva, cujo centenário de nascimento será completado amanhã. “Ele foi designado como um patriarca da cultura. Suas obras falam por si mesmas”, diz a professora Moema de Castro Olival, filha de Colemar.
Ela é uma das pessoas que estão à frente da série de comemorações organizada para a data. A Semana Colemar Natal e Silva começou na terça-feira, com palestras sobre a importância do pioneiro para a cultura. Hoje, na Casa de Cultura da Justiça Federal, na Rua 20, Centro, às 20 horas, haverá o lançamento do selo comemorativo pelo centenário do jurista, jornalista e professor, cunhado pelos Correios com o apoio da Universidade Federal de Goiás.
Em seguida, será aberta, no mesmo local, a exposição Colemar Natal e Silva - A Saga de um Fundador (1907-2007). A mostra, composta por documentos históricos e objetos pessoais do homenageado, pertencentes ao acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, que recebeu o material em doação da família de Colemar, ficará em um sala especialmente preparada para o evento.
O prédio também faz parte da trajetória do professor. Lá foi a sede da Faculdade de Direito, embrião da Universidade Federal de Goiás, em cuja fundação Colemar participou ativamente e da qual foi o primeiro reitor. Ele também trabalhou para a criação da Academia Goiana de Letras, da sessão goiana da União Brasileira de Escritores, do Instituto dos Advogados do Brasil em Goiás, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (que dirigiu por 22 anos), da OAB no Estado e da Associação Goiana de Imprensa.
Amanhã, o Instituto Histórico promove mais duas palestras dentro da programação comemorativa em sua sede, na Praça Cívica, que foi construída graças aos pedidos feitos por Colemar junto ao então governador Pedro Ludovico Teixeira e que abriga um museu em sua homenagem. Uma destas palestras será proferida, a partir das 17 horas, pelo ex-professor da UFG Ático Vilas-Boas, um antigo companheiro de Colemar, que vai relembrar velhas histórias do amigo.
“Fico feliz de muitas das instituições que papai ajudou a fundar se unirem para prestar esta homenagem em seu centenário”, afirma a professora Moema. Ela, a quem o pai chamava de “herdeira intelectual”, também deu sua contribuição à festa. No livro O Centenário de Colemar Natal e Silva, que acaba de sair do prelo pela Editora Kelps, a filha reuniu depoimentos de amigos e admiradores do pai. Exemplares da obra foram distribuídos àqueles que participaram das comemorações.