Acordo permite acesso a escolas técnicas dos EUA
Jornal O Globo, 23/08/2007
Acordo permite acesso a escolas técnicas dos EUA
Os governos do Brasil e dos Estados Unidos anunciam hoje, em Brasília, um acordo bilateral que vai permitir que mais brasileiros estudem em escolas técnicas americanas. O acordo, que dará também oportunidade para que estudantes americanos estudem no Brasil, foi anunciado ontem em São Paulo pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pela secretária de Educação dos EUA, Margaret Spellings.
A secretária americana, que evitou dar detalhes sobre o acordo para não esvaziar o anúncio de hoje, disse ontem que seu país reconhece a importância do Brasil no contexto latino-americano e, por isso, quer encorajar mais parcerias entre instituições privadas e públicas.
“Nos costumamos dizer que quando queremos vender devemos vender na língua do comprador e não ao contrário, que o comprador fale nossa língua”, disse Margaret Spellings.
O ministro Fernando Haddad disse que o intercâmbio é uma oportunidade para ampliar o acesso à educação profissional, o que interessa também aos EUA.
“Esse intercâmbio com os EUA interessa ao estudante brasileiro, interessa também ao estudante americano, porque nossa rede é muito conceituada fora do Brasil. Temos todo o interesse em ampliar as oportunidades de acesso à educação profissional, tanto quanto estamos fazendo na educação superior”, disse, lembrando que os convênios são feitos pelas próprias universidades e escolas técnicas, o que dificulta a quantificação dos projetos: “Não temos tabulado porque não sai do orçamento do MEC, sai do orçamento das universidades e Cefets, nos seus acordos de cooperação.”
Segundo o ministro da Educação, o intercâmbio com os americanos para o ensino técnico prevê que as atuais 15 vagas para brasileiros que vão estudar nos comunity colleges sejam ampliadas para 60 estudantes. “Eram cerca de 15 alunos que iam para os comunity colleges, e nós vamos agora multiplicar por quatro esse número. A idéia é aumentar o intercâmbio na área da educação técnico-profissional”, disse Haddad.
O subsecretário adjunto para programas acadêmicos, Thomas Farrell, disse que os EUA destinam US$ 75 milhões para projetos envolvendo estudantes em toda América Latina, combinando programas governamentais e filantrópicos. Spellings garantiu que problemas como o visto de permanência, comuns para brasileiros, estão sendo resolvidos.