UFG indica tendência de ocupação

Jornal O Popular, 10/09/2007

UFG indica tendência de ocupação

Desde abril pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) se debruçam sobre mapas, imagens de satélites e documentos. A preocupação é indicar a situação atual e as tendências da ocupação da cana-de-açúcar em Goiás, além das implicações econômicas, ambientais e sociais. Mesmo sem ter chegado ao trabalho de campo, a pesquisa já tem pelo menos uma hipótese importante: a de que a cana já se concentrou e vai se concentrar nos eixos de quatro rodovias: BR-153, BR-060 , BR-452 e BR-364 (veja quadro).

A análise foi feita com base em imagens de satélite e na localização das usinas e plantações existentes, além dos pedidos de licença de instalação de usinas de álcool. “Há uma tendência de concentração nesses eixos. Mas é uma hipótese que só será confirmada com a seqüência da pesquisa”, alerta a doutora em Geografia Selma Simões de Castro, professora da UFG e uma das coordenadoras do estudo.

Outra hipótese é a de que a cana não irá ocupar apenas áreas atualmente cobertas por pastagens. “Há possibilidade de pressão sobre áreas de outras culturas, como soja, milho e algodão”, explica a pesquisadora, do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA).

Existe ainda risco de pressão sobre os recursos hídricos, tanto para a irrigação, quanto no processamento do álcool. Já sobre os riscos da expansão da cana sobre as áreas remanescentes de Cerrado, a professora Selma Simões revela que não há indicativos claros. “Tais áreas não têm grande potencial para o cultivo da cana”, esclarece.

“Até agora temos as diretrizes para o trabalho que estamos desenvolvendo. Seria como um norte. Um dos objetivos é que esse estudo, quando concluído, possa orientar as políticas públicas para a área, seja de incentivos ou de prevenção a questões ambientais, por exemplo”, explica a professora Selma Simões.