Fim da fúria da TPM
Jornal Diário da Manhã, 07/09/2007
Fim da fúria da TPM
Thatiane Rocha Abreu, Da editoria de Cidades
Matheus Álvares Ribeiro, Especial para o DM
As mulheres têm um sofrimento mensal em comum: a tensão pré-menstrual, a popular TPM. Além de se sentir mal fisiologicamente por causa da TPM, com dores nas mamas, inchaço e cólicas, esse distúrbio com um nome tão curto pode levar uma mulher a um caso grave de depressão. Por isso, a Medicina tenta aliviar a barra das mulheres, com uma pílula que reduz os sintomas da tensão. Ela funciona como um anticoncepcional e deve ser tomada 24 dias com interrupção de quatro. Seu nome é Yaz e foi fabricada pela Bayer Schering já com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil e já pode ser encontrada nas farmácias.
O mal-estar causado pela TPM está relacionado principalmente com os dois hormônios responsáveis pelo ciclo: progesterona e estrogênio. Todos os meses, esses hormônios se unem no organismo da mulher para preparar o corpo para a menstruação. Em média, esses cinco dias que antecedem a menstruação provocam reações adversas na maioria das mulheres, que ficam até com os cabelos em pé.
O ginecologista Ricardo Queiroz conta que já receitou o uso do Yaz para algumas de suas pacientes e diz que o medicamento tem recebido a aprovação delas. “A pílula combate os sintomas da TPM, já que em sua dose contém progesterona e estrogênio em doses menores que equilibram o organismo”, explica. Outro médico que também aprovou a pílula foi Rui Gilberto Ferreira, que é chefe do Departamento de Medicina da UFG.
O médico explica que ela funciona como anticoncepcional, mas tem uma dose menor de hormônios. “A pílula diminui a quantidade de estrogênio e progesterona no organismo, em especial de progesterona, por isso combate a TPM”, acrescenta.
Hábitos
Para o médico, não basta que uma mulher deposite toda a sua confiança para eliminar a TPM apenas em uma pílula. Ele orienta que a mulher que sofre muito com os sintomas da TPM pode começar o tratamento apenas mudando alguns hábitos em sua rotina. A primeira dica dada por ele é adotar uma alimentação mais saudável, incluir na rotina prática de exercícios físicos e fazer atividades que mais lhe dêem prazer. “Um dos melhores remédios contra a TPM é ficar de bem com a vida.”
Mas essas orientações, no dia em que a estudante Christianne Ataíde, 25, está naqueles dias, não costumam dar certo. Ela explica que sua TPM é tão forte que ela chora, come sem parar e procura até mesmo se isolar das pessoas. “Às vezes, quando estou com TPM, sinto vontade de voar no pescoço de quem me irritar.” Como antídoto contra os sintomas do distúrbio, ela diz que tem procurado praticar exercícios. “Desconto toda a minha raiva nos exercícios e isso tem me ajudado nos dias de fúria”, compartilha.
Compreensão
Segundo o sexólogo Humbeto Giglio, a irritabilidade é o sintoma mais comum da TPM. No entanto, cada mulher reage de uma forma diferente. “Tem mulheres que passam pelo período sem apresentar sintoma algum”, afirma.
Ele explica que a TPM é um distúrbio orgânico comum ao ciclo menstrual da mulher, mas que pode piorar o quadro emocional caso a mulher já apresente algum abalo emocional. Recomenda que a mulher consulte o ginecologista ou até procure ajuda de um psicoterapeuta, em casos graves. Outra opção é conversar com o parceiro e família para evitar o excesso de cobrança. “É preciso entender que, durante este período, a mulher não funciona bem”, disse.