Instituto terá parcerias no combate à diabete
Jornal O Popular, 12/09/2007
Instituto terá parcerias no combate à diabete
Nelson Rassi: infra-estrutura para pacientes diabéticos
Carla de Oliveira
Pelo menos 7% da população adulta brasileira sofre de diabete. O diagnóstico precoce e a adoção de medidas de prevenção da doença, que acomete pessoas de todas as faixas etárias, podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e a evitar complicações cardíacas, renais e oftalmológicas, entre outras. Ontem, médicos e outros profissionais da área de saúde – como enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos e outros – participaram do lançamento, em Goiânia, do Instituto de Assistência e Pesquisa em Diabete (IAPD), que pretende assistir portadores da enfermidade, capacitar profissionais para a correta e precoce identificação da doença e conduzir pesquisas na área.
O instituto nasce do trabalho de um grupo de profissionais, iniciado em 2005, com as populações das periferias da capital, que ficou conhecido como Circuito de Saúde e Atenção ao Diabético. Nas tendas montadas em áreas de grande acesso da população, médicos participantes do projeto fizeram exames e identificaram um contingente considerável de portadores que sequer sabiam do problema. Em outros casos, mesmo sabendo da doença, pessoas simplesmente ignoravam o tratamento por desconhecimento da gravidade da patologia.
O presidente do IPDA, o endocrinologista Nelson Rassi, um dos idealizadores do projeto, explica que a meta do grupo é, em cinco anos, conseguir montar infra-estrutura completa de atendimento ambulatorial a pacientes diabéticos. A assistência, que será voltada, principalmente, para os doentes com maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde, será mantida a partir de parcerias e convênios firmados com o poder público federal, estadual e municipal, instituições e planos de saúde. A iniciativa terá ainda o apoio da sociedade civil organizada e de empresas que atuam no ramo farmacêutico e de equipamentos de saúde.
Capacitação
O médico explica que a intenção é criar uma unidade de referência no atendimento aos diabéticos, a exemplo de ações como o Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof) do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Nelson Rassi assinala que, além do atendimento aos pacientes, o instituto também atuará na capacitação de profissionais de saúde, visando um diagnóstico precoce e a adequada orientação dos pacientes, com investimentos em pesquisas na área.
O Circuito de Saúde e Atenção ao Diabético, embrião do instituto lançado ontem, já cadastrou mais de 7 mil pessoas em eventos realizados nos bairros, onde são montadas tendas de atendimento à população. Nesses locais, explica Rassi, são feitos testes de glicemia e os casos detectados são encaminhados para tratamento na rede pública de saúde.
No dia 10 de novembro, véspera das comemorações do Dia Nacional do Diabete (14/11), um grande evento, no Parque Areião, com atendimento gratuito, deverá chamar a atenção da população para a gravidade da doença e a necessidade de prevenção e tratamento.