UFG desenvolve método fitoterápico para redução dos sintomas do tratamento de câncer de mama
Pesquisa utilizou guaraná para o combate da fadiga em pacientes que estão em processo de quimioterapia
Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal de Goiás, concluiu que o guaraná é capaz de reduzir em até 63% os sintomas de fadiga, nas pacientes que estão em tratamento de câncer de mama. "A medicina popular nos mostra uma grande quantidade de substâncias ainda não estudadas ou pouco exploradas e que contém princípios ativos bastante diversos, como é o caso do guaraná", relatou a pesquisadora Marcela Albarnaz.
Pesquisas apontam que até 97% das mulheres que estão em quimioterapia, para o tratamento do câncer de mama, sofrem com a fadiga. Esse é um fenômeno que atinge à toda a população, doentes ou não, no entanto afeta de forma diferente os pacientes com câncer. Mesmo que a pessoa descanse, sua força não é restaurada e isso interfere inclusive no tratamento dos pacientes.
Algumas pessoas relatam que a fadiga é um dos piores sintomas da doença, pois afeta a vida do paciente de forma multidimensional. Causa diminuição da energia na realização de tarefas do cotidiano, diminui a concentração, afeta a memória, a atenção e causa desmotivação. Segundo a pesquisadora isso interfere também no tratamento já que causa "limitação da dosagem de quimioterápico; baixa adesão à terapia quimioterápica prescrita; alteração de humor; redução dos níveis de conforto, de capacidade de concentração e trabalho e funcionamento físico e psicossocial."
Ação do guaraná
O tratamento foi realizado durante 90 dias. As pacientes consumiam, diariamente, duas dosagens de 50 mg de extrato seco de guaraná. Ao fim desse processo foi observada uma redução de 63% na taxa de fadiga. Essa capacidade, foi atribuída à cafeína, principal substância de efeito estimulante presente no fruto. Sua ingestão aumentou os índices de atenção e concentração, além de melhorar o desempenho físico e mental.
O tratamento de doenças a partir do uso de plantas, é conhecido como fitoterapia. Esta é uma prática muito comum e que vem se ampliando há alguns anos. A pesquisa trouxe resultados inéditos e alguns indícios de que o efeito do guaraná pode ser cumulativo, o que não foi relatado em estudos prévios.
Fonte: Secom / UFG
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