Jornal Diário da Manhã, 28/09/2007

Estudantes se mobilizam contra expansão de vagas 

O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Goiás decide hoje se adere ou não ao Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais, o Reuni, lançado no último mês de julho pelo Ministério da Educação (MEC) em todo País. A adesão ao programa pode representar para a UFG investimentos da ordem de R$ 51.871 milhões nos próximos cinco anos a partir de 2008.

Grande parte dos estudantes reprovou a proposta apresentada que defende a criação dos novos cursos. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFG irá paralisar as atividades na instituição hoje para protestar contra o Reuni. As aulas serão substituídas por uma mobilização que será realizada em frente à Biblioteca Central, local marcado para a reunião do Consuni. Segundo João Victor Nunes Leite, graduando do curso de História e diretor do DCE, a reforma do governo federal não prevê recursos suficientes para manutenção do tripé ensino, pesquisa e extensão. “As mudanças estão sendo tomadas sem um amplo debate para definir suas possibilidades e necessidades de expansão, e isso fere diretamente a autonomia da universidade.”

O DCE é contra a proposta de expansão indiscriminada de vagas baseada no aumento da proporção professor/aluno, do estabelecimento obrigatório de uma meta de aprovação de 90% dos alunos que se matricularem e discordam da criação de cursos de formação rápida, os chamados Bacharelados Interdisciplinares. A proposta do Reuni é elevar os níveis de acesso e permanência dos estudantes nos cursos de graduação, além de aumentar o padrão de qualidade das universidades públicas brasileiras. O MEC estabeleceu três diretrizes principais no programa, que é a ampliação do número de vagas, um maior índice de conclusão dos cursos e o crescimento do número de alunos por professor.