Oncologista toma posse na AGM

Jornal Diário da Manhã, 29/09/2007

Oncologista toma posse na AGM

Renato Rodrigues
Da editoria de Cidades

A médica Maria Paula Curado tomou posse ontem na Academia Goiana de Medicina (AGM). Ela é oncologista, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e foi a primeira brasileira a ocupar posto de trabalho na área de câncer na Organização Mundial de Saúde (OMS). A cadeira assumida - a de número 28 - era ocupada pelo médico Francisco Ludovico de Almeida Neto, um dos fundadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG). Em relação ao posto que passa a ocupar na Academia Goiana de Medicina, a oncologista afirma que está muito feliz com o convite, principalmente pela admiração que tem desde a época da faculdade pelos médicos que a convidaram. “É uma hossnra para mim ver meus professores reconhecerem meu trabalho.”

Há cinco meses, Maria Paula se mudou para a cidade de Lyon, na França, onde trabalha para a OMS como médica especialista em câncer. A médica, que tem filho de 14 anos, afirma que, além da medicina, gosta de fazer caminhadas, ouvir música, principalmente ópera, e ler poesias. Em sua trajetória profissional, presidiu a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, foi representante da América Latina na Associação Internacional de Registros de Câncer e na edição do livro Cancer incidence in five continents. Além disso, foi presidente da Superintendência Leide das Neves Ferreira (Suleide) por 20 anos, instituição criada em apoio às vítimas do acidente radioativo com o césio 137.

“Para mim foi um dos trabalhos mais importantes da minha vida.” Ao comentar que dedicou metade de sua carreira médica em contato direto com os radioacidentados, a médica afirma que em sua jornada como superintendente da Suleide superou vários desafios e enfrentou momentos de dificuldade. “A minha contribuição foi dada, mas vou estar sempre acompanhando a Suleide, que faz parte da minha vida”.

Segundo ela, o acidente com o césio 137 está controlado hoje, do ponto de vista de ocorrência de doenças e riscos de contaminação. Maria Paula afirma que a comunicação é o grande desafio do acidente. “20 anos depois ainda existem muitas dúvidas, que geram muita insegurança na sociedade.” Para ela, deve existir uma comunicação mais clara, baseada em dados consistentes. “A relação entre comunidade científica, órgãos governamentais e vítimas deve ser mais linear.”