Estudantes contra reforma na UFG

Jornal Diário da Manhã, 29/09/2007

Estudantes contra reforma na UFG

Matheus Álvares Ribeiro
Da Editoria de Cidades

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Goiás (UFG) liderou ontem um protesto durante a Reunião do Conselho Universitário (Consuni). A manifestação ocorreu por conta da votação da proposta que determinaria a entrada da instituição no programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), criado pelo governo federal e que, dentre outras coisas, prevê o aumento de vagas nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).

“Nós protestamos contra um projeto e especificamente a espinha dorsal deste que são os bacharelados em grandes áreas”, afirma João Victor Nunes Leite, graduando do curso de História e diretor do DCE. Para ele, os chamados BGAs impedirão que os professores e alunos desenvolvam atividades de pesquisa dentro da universidade goiana.

O projeto apresentado pela reitoria da UFG prevê que, a partir de 2009, os candidatos às vagas na instituição poderão optar pelos cursos tradicionais ou pelos Bacharelados em Grandes Áreas (BGAs) de menor duração. A proposta prevê um aumento de investimentos do governo federal dentro da UFG, o que possibilitaria a contratação de novos professores e servidores técnico-administrativos. O DCE, no entanto, questiona se o número de servidores será suficiente para suprir todas as necessidades da UFG, sem que seus profissionais fiquem sobrecarregados.

A pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Mathias Chaves, vê com naturalidade a manifestação dos estudantes. “Isso faz parte da vida universitária e é desejável que aconteça”, pondera. A manifestação, que reuniu em torno de 500 pessoas, segundo dados do próprio DCE, impediu a votação da proposta e propiciou a discussão do tema. A sessão teve de ser interrompida por causa do debate.

Apesar do atrito, Sandramara é categórica ao afirmar que a expansão das Ifes é do interesse de todos. “Ninguém é contra a expansão da universidade pública. O que existe são divergências na forma como isso será feito”, informa. Antes de ser votada, a proposta foi discutida com todas as unidades acadêmicas da UFG, incluindo os campi do interior. A pró-reitora afirma que foram apresentadas mais de 40 propostas das unidades acadêmicas, o que, segundo ela, indica um interesse de todos da UFG em expandir o ensino público superior.

Caso a proposta seja aprovada, a UFG passará, no próximo ano, por um processo de reestruturação e adequação para ser implantada em 2009. Há, contudo, a chance dela não passar pela votação, o que afastaria, pelo menos temporariamente, a UFG do programa de expansão. Sandramara afirma, contudo, que a decisão, seja qual for, será respeitada.