Poder aquisitivo é determinante

Jornal O Popular, 07/10/2007

Poder aquisitivo é determinante

“Nas classes sociais mais abastadas há uma maior aquisição de livros, jornais e revistas nas classes média e alta. Elas consomem produtos que geram resíduos como embalagens e papéis”, resume o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Eraldo Henriques de Carvalho, doutor em Engenharia Civil na área de resíduos líquidos e sólidos. “Quanto maior o poder aquisitivo, maior a quantidade de material reciclável. Do contrário, é maior a quantidade de material orgânico.”

O levantamento feito pela Comurg a pedido do POPULAR, porém, mostrou quantidades semelhantes de material orgânico nas três regiões. Já outra pesquisa, de 2002, usou amostras maiores e chegou a conclusões que contrariam a regra. Num condomínio de luxo, o material orgânico superou 70% do lixo, em dois dias diferentes de coleta. No Parque Amazônia, ficou em torno de 50% e no Bairro da Vitória, em 60%.

“A produção de lixo varia sempre em sua quantidade e em sua composição”, afirma o professor Eraldo Henriques. O técnico Idamar Camargo Lima, que atua no aterro sanitário e com caracterização do lixo, concorda. “Com o lixo no chão, após a coleta, percebe-se a grande diferença de um bairro para outro. Os hábitos de consumo são diferenciados.”

Do lixo produzido em Goiânia, 35% são resíduos secos, que podem ser reciclados. O restante é composto por material orgânico e por rejeitos. Praticamente todo esse lixo é levado para o aterro sanitário, sem seleção dos produtos reaproveitáveis. Os setores Marista, Jardim Goiás, Campinas, dos Funcionários, Vila Mutirão e Jardim Curitiba encabeçam a lista dos maiores produtores de lixo, proporcionalmente à população residente. No Marista, são 52 quilos mensais por pessoa.