Músculos sem sofrimento

Jornal Diário da Manhã, 13/10/2007

Músculos sem sofrimento

Sabrina Araújo
sabrina@dm.com.br
Da editoria do DMRevista

Faça um teste. Vá para a frente do espelho e analise como está a musculatura do seu corpo. Os braços e as pernas estão firmes? O abdome é definido? Peitoral bem torneado? Bumbum durinho? Se o resultado do teste não é tão agradável aos olhos, é provável que você tenha pensado em começar a fazer exercícios. É aqui que a velha história se repete: no começo se empolga e decide procurar uma academia hoje mesmo. Mas depois pensa melhor, acha que adquirir massa muscular será um processo demorado e penoso. Nem quer pensar nas dores e nas horas a fio gastas com pesos e halteres. Antes de chegar neste estágio, leia a matéria. Especialistas e pessoas que praticam exercícios há anos contam suas experiências e garantem: não é tão difícil quanto parece.
E nem é necessário uma rotina tão intensa de exercícios para se adquirir massa muscular. Pelo menos é o que garante o professor do curso de Educação Física da UFG Carlos Alexandre Vieira, especialista em Fisiologia do Exercício. “As pessoas geralmente alcançam este objetivo fazendo uma prática corporal três vezes por semana, intercalando um dia de atividades e outro de descanso.”
A posição defendida pelo professor não é novidade e serve de alerta para aqueles afoitos, que querem sair do sedentarismo e abraçar o maior número possível de exercícios de uma só vez. De novo vale a regra de valorizar a qualidade do que se faz em vez da quantidade. “Gradualmente você sente os benefícios”, ressalta Carlos.
A sensação de bem-estar e a conquista da forma física desejada fizeram odontólogo Dario Godinho Batista, 42, trazer para sua rotina a prática de exercícios. Quando começou, há mais de 20 anos, o objetivo era ganhar massa muscular, mas sem exageros. “Não tenho pretensão de ficar todo musculoso. Quero apenas manter meu condicionamento físico.”
E para quem pensa que um dentista não precisa estar em forma, Carlos relata que a força adquirida na academia o auxilia a desempenhar suas atividades profissionais. “Há dias em que fico oito horas seguidas operando. Preciso de um bom condicionamento para o trabalho”, ressalta. Por isso ele não abre mão dos exercícios regulares. Faz musculação, corrida, mantém uma forma física invejável e, o melhor de tudo: não sofre nada com isso. “O dia em que não malho, sinto diferença até no humor”, brinca.
O segredo é não querer fazer tudo de uma só vez e equilibrar o treinamento. Depois de 20 anos de malhação, dos quais os últimos três na academia, Dario conta que faz apenas uma hora de exercícios, três vezes na semana, e está satisfeito. “Considero uma carga moderada de atividades e ainda faço parte de um grupo de corrida de rua.”
É importante lembrar que, ganhar massa muscular, nem sempre leva a uma transformação visual muito evidente. Isso significa que, para ficar “fortão” ou musculoso, são necessários também outros procedimentos. “O processo de definição muscular está mais relacionado à alimentação e exige exercícios específicos para essa etapa de treinamento, com respeito à individualidade de cada aluno”, explica Érik Crispim, professor de Educação Física especialista em musculação.
Érik esclarece ainda que, na academia, ninguém precisa ter medo de sofrer com os exercícios: “O treinamento é progressivo e respeita a individualidade biológica de cada um. O histórico do aluno – se ele é sedentário ou já faz exercícios, fatores genéticos, doenças, lesões, etc – tem que ser analisado na hora de montar um programa de exercícios físicos.”