Tecnologia que emagrece
Jornal Diário da Manhã, 14/10/2007
Tecnologia que emagrece
Rodrigo Viana
Da editoria de Economia
Por muito tempo, os avanços tecnológicos foram vistos como uma forma de colocar os seres humanos cada vez mais sedentários. A diversidade de aplicações de componentes de informática no cotidiano prova que esta ciência pode ajudar as pessoas a ter uma vida cada vez mais saudável. Proliferam hoje equipamentos de ponta nas academias, no vestuário e até no setor de entretenimento.
Os exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, contam com programas modernos que auxiliam no acompanhamento das atividades. As esteiras são as máquinas que incorporam novos recursos mais rapidamente. Entre as novidades estão os modos de inclinação automática, que simulam subidas e descidas, acompanhamento cardíaco e absorção de impacto. Elas vêm preparadas para treinamento extenso de corrida de até 16 km/h. Todas são equipadas com programas com diferentes níveis de dificuldade e memória extra para gravar as necessidades e exigências de até seis usuários diferentes.
As bicicletas estacionárias também vão além. Os programas contidos calculam índice de massa corpórea, percentual de gordura e queima calórica apenas com a entrada de dados tais como sexo, idade, altura e peso. As correntes e correias foram substituídas por um sistema eletromagnético que permite maior controle do nível de dificuldade e um deslize mais fácil do pedal, o que reduz o barulho antes provocado pelos sistemas analógicos. As bicicletas podem memorizar as preferências de até nove pessoas diferentes. O sistema de monitoramento cardíaco é de hand grip, ou seja, sabe-se o quanto o coração trabalha somente com o aperto do guidão. Estes equipamentos também oferecem maior conforto para o usuário ao adotarem o selim em gel.
Para o professor de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (UFG) Luiz Armando Ferreira, as tecnologias trazem avanços sim, mas deve-se ter cuidado ao manejá-las. Para ele, tudo depende da cultura das pessoas em procurar treinamentos físicos. “Não adianta o instrutor preparar todo o treinamento e o praticante mudar a seu bel-prazer”, ensina.
Luiz Armando conta que os aparelhos vêm para melhorar a atividade física, se utilizados corretamente. “Antigamente, as pessoas compravam um freqüencímetro, que mede a freqüência cardíaca, apenas como um brinquedo. Hoje, existem treinamentos que tornam o aparelho essencial porque ele não deixa um idoso, por exemplo, ultrapassar a faixa máxima de batidas por minuto”, relata.
Utilização
Luiz Armando também alerta para as pessoas que compram as bicicletas e esteiras sem saber utilizá-las. “Acabam virando um cabide no meio da sala, e o dinheiro investido foi jogado fora. Isso acontece porque o usuário não sabe utilizar o potencial daquele aparelho, desconhece os princípios fisiológicos importantes para o exercício. A recomendação é: procure um profissional para que você possa utilizar o equipamento da melhor maneira, ou invista numa academia.”
Acessórios do dia-a-dia também podem fazer o indivíduo sair do sedentarismo. A loja de equipamentos esportivos Centauro recomenda o Nike Air-max 180. Com ele, é possível acoplar um chip entre a sola e a palmilha que transmite dados via pulsos eletromagnéticos a um aparelho iPod. Assim, é possível registrar a distância percorrida e velocidade, além do gasto calórico.