Jornal Diário da Manhã, 16/10/2007

Goianiense reprova mudança

Ivair Lima
lima@dm.com.br
da editoria de Cidades

O primeiro dia útil do horário de verão irritou o goianiense. Julie Gomes, 22, estudante de Design de Moda na UFG e funcionária de uma escola, acordou com meia hora de atraso e reclamou muito. “Tive que fazer tudo às pressas. Não consigo me adaptar. Nos primeiros dias é um transtorno terrível.”
Julie diz que a alegada economia de energia não justifica tanto desconforto. “Na verdade, eu não gosto nada desse horário. Acordar mais cedo uma hora me deixa irritada. Produzo menos e demoro demais para pegar o ritmo.”
A comerciária Cléa Maria Nere, 30, não tem meias palavras: “Odeio o horário de verão. Acordei a noite inteira com medo de chegar atrasada e isso acabou acontecendo. Além de perder o horário, ainda fico com sono a manhã inteira”, diz. Cléa mora em Senador Canedo e trabalha no centro de Goiânia. Ela confessa que dorme no ônibus pelo menos nos 20 primeiros dias do horário alterado. “É um problema para mim. Quando começo a me acostumar, eles trocam o horário. Não vejo vantagem nisso.”
Para o profissional de marketing Maycon Sousa, 22, horário de verão é sinônimo de confusão: “Meu horário de entrada na empresa é 7h30. Cheguei às 8h10. Na verdade, essa mudança bagunça a minha vida. Nas primeiras horas de trabalho, eu não tenho o mesmo rendimento, prefiro o esquema normal.”
A única vantagem que Maycon vê no horário de verão é poder ir à academia com a luz do sol ainda brilhando. “Dá para fazer uma hora de exercício e chegar em casa ainda com claridade natural, mas esse conforto não compensa. Se tivesse um plebiscito eu votaria pelo fim do horário de verão, sem pensar duas vezes.”
Elcilane Santos Custódio, 16, começou a trabalhar em uma empresa de cosméticos com 15 anos. Diz que é responsável, gosta de cumprir horários com rigor, mas admite que a mudança em uma hora atrapalha sua vida profissional. “Ter que acordar mais cedo é uma canseira. Atraso e fico com muito sono.”
A grita contra o horário de verão não é unânime. Marlene Maria dos Santos, 47, monitora do transporte coletivo, diz que gosta de chegar em casa mais cedo e ter tempo para fazer todas as tarefas domésticas com a luz do sol a pino. “Juro que prefiro o horário de verão. Sei que a maioria das pessoas odeia, mas no meu caso é muito melhor.”