ProJovem forma menos alunos do que o previsto
O Globo Online, 21/10/2007
ProJovem forma menos alunos do que o previsto
Daniel Engelbrecht
RIO - Os valores são expressivos, mas os resultados, nem tanto. Apesar do grande volume de recursos empregado pelo governo federal - mais de R$ 68 milhões desde 2005 -, o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), realizado em parceria com a prefeitura, ainda não obteve os resultados esperados no Rio. Em dois anos, somente 2.776 estudantes conseguiram os certificados de conclusão do ensino fundamental, num universo de 28 mil matriculados, apesar da meta do prefeito Cesar Maia de formar 31.150 somente no primeiro ano. Hoje, apenas 7.806 estão em aula.
A taxa de evasão, segundo a Coordenação Nacional do ProJovem, é de 43%, mas o secretário municipal de Assistência Social, Marcelo Garcia, fala em até 70% de desistência entre os alunos. A necessidade de correção de falhas e de integração a outros programas sociais levaram o governo federal, este mês, a reformular o ProJovem.
O ProJovem tem como público-alvo jovens de 18 a 24 anos, desempregados, que não concluíram o ensino fundamental. No Rio, o programa é executado por meio de convênios da Secretaria municipal de Assistência Social (SMAS), que recebe verbas do governo federal, com ONGs, nas chamadas Estações da Juventude. Desde 2005, o governo federal já repassou à prefeitura R$ 56 milhões, dos quais R$ 31 milhões foram gastos até julho de 2007. Segundo a Coordenação Nacional do ProJovem, outros R$ 12,5 milhões foram gastos com bolsas-auxílio - cada jovem matriculado que freqüenta 75% das aulas e faz os trabalhos recebe R$ 100 por mês.
- Os dados mostram uma realidade bem distanciada das propostas iniciais - avalia a professora Mírian Zippin, do programa de pós-graduação em Educação da Uerj.