Proposta do Reuni da UFG tem boa acolhida

Jornal O Popular, 23/10/2007

Proposta do Reuni da UFG tem boa acolhida

Informativo sobre projeto circulou ontem de manhã nas unidades da instituição. Abaixo-assinado pede assembléia para discutir adesão ao plano

Cristina Cabral

Estudantes do curso de Farmácia da UFG avaliam documento divulgado ontem sobre a proposta do Reuni

Malu Longo

Um informativo com a proposta de adesão da Universidade Federal de Goiás (UFG) ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), elaborado pela comissão constituída pelo Conselho Universitário (Consuni), circulou nas primeiras horas de ontem em todas as unidades da instituição. O documento, antecipado pelo POPULAR na edição de domingo, foi recebido com relativa tranqüilidade pelos estudantes, professores e funcionários da UFG.

A proposta prevê a criação de 29 novos cursos na UFG – 22 em Goiânia, 4 em Jataí e 3 em Catalão – passando dos atuais 88 para 117. A expansão representa um incremento de 2.482 novas vagas e estão previstos investimentos da ordem de R$ 133,4 milhões na instituição nos próximos cinco anos.

Apesar do peso das discussões, na manhã de ontem muitos estudantes, protagonistas de duas grandes manifestações durante reuniões do Consuni, assumiram que não tinham lido nada sobre a proposta da UFG. Iara Neves, participante da gestão Unidade e Ação do Diretório Central de Estudantes, mostrou um abaixo-assinado que circula entre os três segmentos, pedindo a realização de uma assembléia universitária, para que professores, estudantes e funcionários possam votar a adesão ou não da UFG ao Reuni. A reivindicação já tinha sido apresentada ao reitor Edward Madureira na última quinta-feira, durante reunião com os estudantes e pode ser lida na página da UFG na internet.

“O programa do governo federal não leva em conta a autonomia da universidade e de cada unidade”, diz Iara Neves, ressaltando que o Diretório Central do Estudantes (DCE) não é contra a expansão da UFG, desde que a reforma seja feita de baixo para cima e não o contrário. Assessor especial da reitoria e membro da comissão do Consuni, o professor Nelson Cardoso Amaral lembra que o documento elaborado pela comissão só não conta com propostas das faculdades de Odontologia, de Medicina, de Enfermagem e de Educação. “Somente a Educação se manifestou contra o Reuni”, disse o professor.

Revitalização
Para Nelson Amaral, a posição da reitoria é de não aceitar a assembléia universitária por ser ela de caráter consultivo e não deliberativo. “Se for assim, temos de ouvir a população em geral sobre o Reuni”. Ontem, quando deixava a UFG, o professor foi cumprimentado por um colega do Instituto de Química pelo documento da comissão do Consuni. “Essa discussão revitalizou a universidade”, disse o docente, que preferiu não se identificar.

A reunião do Consuni para apreciar e aprovar a proposta de adesão da UFG ao Reuni deverá ser feita quinta ou sexta-feira, diz o reitor Edward Madureira. A instituição tem até o dia 29, quarta-feira, para encaminhar a proposta ao Ministério da Educação (MEC), cujo parecer será conhecido em dezembro.

Aluna do 6º período de Jornalismo, Ana Lúcia acredita que o Reuni é cheio de brechas e o receio dos estudantes é de que não seja cumprido o prometido. A estudante acredita que novas manifestações poderão vir, “até com medidas mais drásticas, como a ocupação da reitoria”.

Na UFG, as atenções dos estudantes estão voltadas para a grande marcha a Brasília, amanhã, contra, entre outros temas, a reforma universitária. Cinco ônibus vão deixar a Praça Universitária às 6 horas de quarta-feira para encontrar às 9 horas, no Ginásio Nilson Nelson (Eixo Monumental), na capital federal, com delegações de todo o País.