Terra de todos os povos
Jornal Diário da Manhã, 24/10/2007
Terra de todos os povos
Renato Rodrigues
renatorodrigues@dm.com.br
DA EDITORIA DE CIDADES
A qualidade de vida atraiu pessoas de diversas localidades do Brasil e também de outros países para Goiânia nos últimos anos. A grande quantidade de pessoas que escolheram a cidade para morar é confirmada pela Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) de 2006, divulgada no começo de outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo revela que, em Goiás, 53,7% da população dos municípios é formada por imigrantes e, na Capital, não é diferente. Com uma população atual de cerca de 1.244.645 habitantes, não faltam motivos para justificar o gosto pela cidade e por que Goiânia é um ótimo lugar para se viver.
“As pessoas de Goiânia são amáveis.” A afirmação é da médica Mabel del Socorro Cala de Rodriguez, 48, que nasceu em Bogotá, capital da Colômbia. Ela se mudou para o Brasil há 31 anos e esolheu Goiânia para ser a sua casa. Especialista em Saúde Pública e Geriatria, Mabel chegou à Capital para estudar Medicina na Universidade Federal de Goiás (UFG) e ficou. “Construí minha vida em Goiânia, minha carreira e meus filhos estão aqui”, acrescenta. Ela afirma que gosta muito da cidade que, para ela, é um lugar tranqüilo, apesar de ser uma capital. Em relação à culinária goiana, a médica revela que a comida feita aqui é saborosa. “Só não gosto de pequi e de guariroba, mas gosto de galinhada e peixe na telha.” Mabel se considera uma pessoa feliz por viver em Goiânia e diz que não sente vontade de se mudar para outra cidade ou país. “Acho que vou passar toda a minha vida aqui.” Em relação às transformações que presenciou durante os 31 anos que reside na Capital, a médica avalia que, atualmente, a cidade é mais arborizada, tem muitos parques e todas as facilidades de uma grande metrópole. “O trânsito é que está ficando cada dia mais complicado”, reclama.
O comerciante Mário Antônio de Souza Dias, 43, também trocou sua terra natal pela capital goiana. Há 18 anos, deixou a cidade de Curitiba, capital do Paraná, para morar em Goiânia. Mário era proprietário de uma indústria de material escolar situada na região sul do Paraná e decidiu transferir a empresa para a cidade de Trindade motivado por incentivos fiscais. Após o término da sociedade no ramo da indústria, passou a trabalhar no setor farmacêutico.
Atualmente, o comerciante Mário Antônio vive com a esposa Dilma Viana, com quem tem um filho de 7 anos, no Residencial Eldorado. Para ele, o povo goianiense é muito alegre e receptivo. “As pessoas do Paraná são mais fechadas, até mesmo por causa do frio. Lá não temos tantos espaços abertos de convivência, os bares, por exemplo, são fechados e com lareira ligada direto”, explica. Ele lembra de sua terra natal e comenta que, lá, faz frio nove meses por ano e, por isso, considera o clima daqui mais agradável. Ao comparar Goiânia com outras cidades brasileiras, avalia que, para melhorar, a Capital deveria ser situada à beira-mar. “Faltou só uma praia para ser o melhor lugar do mundo.”
“Estava cansado de São Paulo e em busca de qualidade de vida. O verde da cidade atraiu-me.” O administrador de empresas, professor de Marketing da Universidade Católica de Goiás (UCG) e empresário Antônio Martins Costa Neto, 53, saiu de São Paulo há 27 anos em busca de um lugar mais tranqüilo. A escolha da nova morada foi Goiânia, que, segundo ele, oferecia todas as características que procurava. Antônio elogia os parques e a natureza da Capital, mas não deixa de apontar alguns defeitos. “Goiânia precisa de melhorias na infra-estrutura, principalmente no trânsito e no transporte coletivo”, avalia. O professor atualmente reside no Centro da cidade e defende mais vigor no local. “Precisamos diminuir a poluição visual e dar mais visibilidade à art déco.” Casado com uma goianiense e pai de três filhos, considera a Capital um lugar ideal para quem deseja construir uma família, pois há boas escolas e faculdades.
“Há sete anos estou tentando convencê-lo a morar na Holanda, mas não consigo.” A reclamação é de Marcilene Lira, 35, casada com o engenheiro civil holandês Nicolaas Van De Meent, 66. Ela já visitou a terra natal de seu marido várias vezes e sonha em morar lá. Ele veio para o Brasil há nove anos e conheceu Goiânia à procura de um lugar mais calmo para se viver. Deixou a Europa, se encantou com a cidade e não quer voltar nem com a insistência da esposa. Nicolaas está na Capital praticamente desde que chegou de seu país e tem dois filhos com Marcilene. “O clima da cidade é o melhor do mundo.”