Jornal Hoje, 26/10/2007

UFG aprova 29 novos cursos

Carla Lacerda

Por 46 votos favoráveis e 3 contra (desconsiderando-se os da relatora, do reitor e vice-reitor), o Conselho Universitário da Universidade Federal de Goiás (Consuni) aprovou a proposta de adesão da unidade ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). A proposta prevê a criação de 29 cursos – 22 em Goiânia, 4 em Jataí e 3 em Catalão, quantidade que gera 1.390 novas vagas para universitários até 2012.

Somado ao número de novas turmas e de vagas nas graduações já existentes, o aumento chega a 2.452. Ao final de cinco anos, tempo determinado para a implantação do Reuni, a projeção é de que aproximadamente 10 mil novas matrículas tenham sido efetivadas.

O projeto vem acompanhado da necessidade de contratação de 475 novos professores e 300 técnico-administrativos em educação (TAE) – 200 de nível médio e 100 de nível superior. A proposta também discrimina a construção de 57 novas salas de aulas, uma área de 2.337 metros quadrados de novos laboratórios, além de recursos no valor de R$ 3,7 milhões em equipamentos.

A apreciação da matéria ocorre após duas tentativas frustradas de reuniões dentro da sede da UFG, nos dias 29 de setembro e 4 de outubro, e novamente sob forte protesto de membros do movimento estudantil. A diferença é que, desta vez, os universitários ficaram literalmente de fora do local da votação. O relatório final foi votado no auditório da Justiça Federal, em uma reunião fechada do Consuni.

O relatório final segue agora para análise do Ministério da Educação (MEC). Antes, porém, de encaminhar a proposta ao MEC (o prazo é a próxima segunda-feira, 29), o Consuni ainda se reúne no fim de semana para apreciar as sugestões apresentadas no encontro de ontem: criação dos cursos de Serviço Social, Filosofia e Direitos Humanos na extensão da UFG na Cidade de Goiás; e do curso de Gestão em Saúde Pública no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP). O MEC tem até dezembro para dar parecer sobre o relatório da UFG.

Reitor da UFG, Edward Madureira informou que os recursos do MEC, que subsidiam a expansão da universidade, começam a chegar a partir do próximo ano. “A verba prepara a academia para o início dos novos cursos em 2009”, explicou.

As duas principais metas a serem alcançadas pelas universidades que aderem ao Reuni, contrapartida necessária para a liberação da verba do MEC, são a elevação gradual da taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais para 90% e o aumento da relação de alunos por professor para 18, num prazo de cinco anos.

ESTUDANTES PROTESTAM

A aprovação do relatório de adesão da Universidade Federal de Goiás (UFG) ao Reuni foi marcado por intenso protesto do movimento estudantil. Com apitos e palavras de ordem, aproximadamente cem pessoas se posicionaram na entrada da Justiça Federal, local que sediou a reunião do Conselho Universitário (Consuni). As duas primeiras reuniões que visavam à apreciação do relatório foram suspensas por causa dos protestos – 800 pessoas em 29 de outubro e 600 em 4 de outubro.

De acordo com um dos representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Marcos de Oliveira, cerca de 5 mil assinaturas contrárias a adesão ao Reuni foram colhidas nos últimos dias. Ele explicita as principais queixas dos universitários. “O financiamento do MEC não é compatível com o projeto de expansão”, ressalta. A segunda reclamação sustenta-se na decisão do Reuni não ter sido votado em Assembléia Universitária.

Depois da manifestação em frente à Justiça Federal, os estudantes ocuparam o Centro de Seleção da UFG.