Lago das Rosas terá só peixes nativos
Jornal O Popular, 30/10/2007
Lago das Rosas terá só peixes nativos
Por sugestão de piscicultores da UFG, local será povoado com espécimes do Rio Meia Ponte, como piaus, pintados, lambaris e piracanjubas
Malu Longo
Após a conclusão da reforma do Lago das Rosas, o local vai receber apenas peixes da fauna nativa do Rio Meia Ponte, como piau, lambari, pintado e piracanjuba – este ameaçado de extinção. Segundo Marize Moreira, gerente de Proteção e Manejo de Fauna Silvestre da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), a orientação é de professores da área de piscicultura da Universidade Federal de Goiás (UFG). Dentro do processo de remanejamento das espécimes do lago, as carpas e as tilápias, os chamados peixes exóticos, foram levadas para o lago dos macacos, dentro do zôo, para servir de alimentação aos animais.
No caso dos quelônios, cágados, tracajás e tartarugas, eles foram transferidos para o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama. Será mantido no Lago das Rosas apenas o cágado de barbicha, que integra a fauna nativa. “Não podemos fechar o projeto sem ouvir a comunidade”, afirma Cristiane Nóbrega, arquiteta e urbanista da Amma.
Porém, a população goianiense vai ter de esperar um pouco mais para receber de volta totalmente restaurado o Lago das Rosas, um dos marcos históricos da capital. A obra, que começou no final de setembro, estava prevista para ser concluída em 120 dias, mas sofre atrasos porque o projeto arquitetônico ainda não foi concluído. Hoje à noite, arquitetos da Amma vão se reunir com a Associação de Amigos do Lago das Rosas (Alagro) para definir prioridades a serem implantadas.
Esta é a primeira grande intervenção que o Lago das Rosas sofre desde o seu surgimento em 1940. O esvaziamento contou com a participação de técnicos da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e do Centro de Estudos de Répteis e Anfíbios do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de pessoal de apoio. Toda a água retirada do lago foi jogada dentro da área, em valas abertas especialmente para esse fim. Com os microorganismos acumulados, a água funciona como um adubo orgânico que vai ajudar na recuperação de espécimes vegetais em volta do Lago das Rosas. A grande quantidade de lodo e lixo encontrada no fundo do lago atrasou o processo de limpeza.