Alternativa saudável

Jornal Diário da Manhã, 31/10/2007

Alternativa saudável

Carolina Oliveira
Da editoria de Economia

Frente ao problema do leite adulterado em Goiás, os consumidsores goianos devem buscar orientação sobre o consumo dos produtos disponíveis no mercado. O primeiro passo, segundo o diretor do Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado (Sindivet-GO), Hélio Louredo da Silva, é se informar sobre as marcas aprovadas junto aos órgãos fiscalizadores, como Vigilâncias Municipal e Estadual e Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon-GO). Uma das alternativas seria a bebida tipo A que, segundo a entidade, pertence a um nível mais seguro contra a falsificação da bebida.

O leite Quality é o primeiro do tipo A produzido no Estado há 12 anos, pelo Sítio Sol Dourado, referência de qualidade em laticínios. A marca é hoje a única empresa em Goiás que fabrica esta classe do produto. A capacidade industrial da empresa é de dez mil litros, cuja meta deve ser atingida em três anos. Leite tipo A é considerado o mais saudável e nutritivo pelos Ministérios da Saúde e da Agricultura. Localizado em Gameleira de Goiás, o Sítio Sol Dourado foi a primeira propriedade rural do Estado e do Centro-Oeste a receber o certificado de propriedade isenta de tuberculose e brucelose no seu rebanho bovino, concedido pelo Ministério da Agricultura. Durante nove meses, o gado da fazenda passou por análises sorológicas, acompanhadas por veterinários da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Agrodefesa, onde se constatou a inexistência dessas doenças.

A certificação foi realizada no início de setembro, na sede da fazenda. Proprietário do Sítio Sol Dourado, Agostinho Sebastião Pedrosa possui um rebanho de 400 cabeças de gado holandês PO, que produzem cerca de 4 mil litros de leite diários. Quase 90% da produção é comercializada em Goiânia, e 10% em Anápolis. O empresário afirma que entrou no programa de erradicação da brucelose e tuberculose para melhorar a qualidade do leite e aumentar a produção. “Com o rebanho livre dessas doenças, posso oferecer à população um produto de qualidade inquestionável”, garante. Agostinho Pedrosa espera que outros fazendeiros sigam seu exemplo para tornar Goiás um Estado com alta sanidade bovina, além de proporcionar novas oportunidades de negócios.

O procedimento da certificação de isenção da tuberculose e brucelose em uma propriedade acontece em duas categorias: certificação de gado livre das doenças, para o rebanho leiteiro; e de gado monitorado, para o rebanho de corte. A propriedade passa por três sorologias num período de 270 dias e, não existindo mais animais positivos para as doenças, o Ministério da Agricultura (Mapa) certifica a propriedade como isenta. O certificado tem validade de 12 meses; para ser renovado, todos os exames devem ser repetidos.

Livre de conservantes e agrotóxicos

Além de possuir o certificado do Serviço de Inspeção Federal (SIF), estadual e municipal, que reconhece a alta qualidade, o leite Quality tipo A é livre de conservantes, agrotóxicos e antibióticos. Todo o processo produtivo da bebida passa por rigoroso controle de qualidade. O primeiro passo é a escolha das vacas holandesas PO (puras de origem), animais de primeira linhagem. A ordenha, totalmente mecanizada, impede qualquer contato manual com o produto. Todo o processo de produção é realizado em circuito fechado: ao sair do peito da vaca, o leite passa por um filtro, vai para o resfriador e tanque de estocagem, a 4°C. Para garantir a qualidade e preservar o valor nutritivo, o leite é pasteurizado a 45°C e não esterilizado, como ocorre com os longa vida (de caixinha). Na pasteurização, as bactérias nocivas ao ser humano são destruídas, enquanto os lactobacilos vivos, importantes na recomposição da flora intestinal, são mantidos.

Diretor do Sindivet, Hélio Louredo ressalta que o produtor que trabalha com leite tipo A geralmente quer que o produto continue no mercado e, para isso, tem que ter ética e obrigação de produzir a bebida com qualidade. “Até o momento, não temos nenhuma informação ruim sobre esta produção. Somente boa”, destaca.

O leite tipo A tem custo pouco maior que o dos concorrentes devido ao elevado custo de produção, o que lhe garante maior qualidade e higiene. Segundo Agostinho, nas etapas de produção do leite, a preocupação em oferecer um produto diferenciado é constante.