PF quer abrir inquérito

Jornal Diário da Manhã, 02/11/2007

PF quer abrir inquérito

Matheus Álvares Ribeiro
matheusalvares@dm.com.br
Da Editoria de Cidades

A Polícia Federal (PF) do Estado de Goiás ainda estuda a possibilidade de abrir inquérito contra os laticínios acusados de adulterar algumas marcas de leite vendidas no Estado. Os documentos já foram apresentados à Corregedoria para análise e o parecer deverá sair ainda na próxima semana. Segundo a assessoria de comunicação da PF, este é um procedimento padrão do órgão, que sempre encaminha os documentos para averiguação da necessidade da abertura.
Na última quarta-feira, 31, o comando central da PF, em Brasília, afirmou que abrirá inquéritos em todos os Estados onde forem detectadas irregularidades no leite. Todas as unidades da PF estão pegando amostras do produto em todo o País, que serão encaminhadas ao Laboratório Nacional Agropecuário para análise. O resultado deste laudo irá definir a abertura de inquérito contra as marcas reprovadas.
A decisão da PF partiu da descoberta de adulteração do leite em laticínios de Minas Gerais. Pouco tempo depois, uma pesquisa feita no Centro de Pesquisa em Alimentos (CPA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), a pedido do Procon, detectou que algumas marcas goianas também estavam acrescentando soda cáustica e água oxigenada no leite, além da presença de outras irregularidades.
Ao todo foram acusadas 14 marcas goianas de leite recolhidas em supermercados da capital do Estado. Todas apresentaram índices de soda cáustica e água oxigenada, além da presença de coliformes fecais e microorganismos naturais do leite (bactérias, vermes). As marcas reprovadas foram: Manacá e Marajoara, das amostras de leite Longa Vida e Big Leite; Nutrileite; Santa Rita; Danleite; Lacton; Nívea; Capital; Gogó; Santos; Tayná; Vitalat e Vitta, de leite Tipo C.
O medo da contaminação provocou uma queda nas vendas do leite Tipo C pela metade, segundo matéria publicada pelo Diário da Manhã, nesta última quarta-feira. Parte deste medo é fruto do desconhecimento das marcas reprovadas. Mobilizados pela crise, um grupo de deputados instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as adulterações. Na onda de adulterações foram apreendidas em Uberaba cerca de 16 toneladas de queijo fora da validade. Os produtos eram fabricados por empresas de Goiás e Minas.