Jornal Diário da Manhã, 06/11/2007

Árvore centenária vai ser clonada

Renato Rodrigues
renatorodrigues@dm.com.br
DA EDITORIA DE CIDADES

Um símbolo da memória goianiense pode ser eternizado por meio dos milagres da tecnologia na área da genética. A moreira que serviu de sombra para o primeiro gabinete da Capital, na Rua 24, número 582, Centro, onde Pedro Ludovico Teixeira despachou seus primeiros atos na época em que eram erguidos os primeiros prédios e casas da nova cidade, em 1933, será clonada e suas mudas servirão para perpetuar a espécie em outras áreas verdes de Goiânia. A árvore será tombada como patrimônio histórico e está com o estado fitossanitário comprometido.
Por meio de um convênio entre a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) e a Universidade Federal de Goiás (UFG), foram retiradas da moreira (Chlorophora tinctoria), que é monumento histórico da Capital, 100 estacas para a produção de mudas réplicas da árvore. Os exemplares produzidos pelo processo de clonagem não serão cruzados com outras plantas da mesma espécie, o que garante total semelhança com a planta de quase cem anos de vida.
Segundo a engenheira agrônoma Karla Kristina Silva Cavalcante, da Amma, uma das responsáveis pelo experimento, as mudas são geradas por meio da aplicação do hormônio de enraizamento nas estacas. A técnica permite criar em média 50 mudas da planta, que só estarão disponíveis para plantio após 120 dias. Ela explica que a espécie não corre risco de extinção e que o procedimento visa garantir clones da matriz, que é uma árvore de grande porte.
De acordo com o biólogo e professor da Escola de Agronomia da UFG, Jácomo Divino Borges, que irá coordenar o procedimento de clonagem da moreira, o estado da planta não permite interferência para prolongar seus anos de vida.