Laudo inocenta laticínios

Jornal Diário da Manhã, 13/11/2007

Laudo inocenta laticínios

Ivair Lima
Da Editoria de Cidades
Carolina Oliveira<>BR>Da editoria de Economia

Após a análise de seis marcas de leite longa vida, feita pelo laboratório estadual, o secretário da Saúde de Goiás, Cairo de Freitas, disse ontem que o produto não é impróprio para o consumo. Para ele, foi precipitada a decisão da Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor de Goiás (Procon/GO), que, no mês passado, divulgou a relação de 18 marcas reprovadas por conter, além de irregularidades, produtos como sóda e água oxigenada.

Segundo o secretário, o Procon foi irresponsável na divulgação dos dados referentes à qualidade do leite. “Já encaminhamos ao governador Alcides Rodrigues a informação de que a denúncia do Procon é inconsistente”, destacou. “Inconsistente e irresponsável é quem deveria fiscalizar o leite e não o fez. A atitude só foi tomada após denúncia do Procon”, diz o superintendente do órgão, Antônio Carlos de Lima. O trabalho de fiscalização cabe à Agência Goiana de Defesa Agropecuária.

Do total coletado, seis amostras do leite tipo UHT já foram analisadas, das quais, três constavam na lista do Procon, sendo que a única irregularidade constatada foi referente à rotulagem. Segundo Cairo de Freitas, o tamanho das letras e a localização dos dizeres nos rótulos são menores do que recomenda o Ministério da Agricultura e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o órgão estadual, é importante destacar que não foram constatadas fraudes econômicas, ou seja, adição de água e outros produtos ao leite. As análises foram realizadas pelo Laboratório Estadual de Saúde Pública Giovanni Cysneiros (Lacen). Participaram da coletiva Maria Bárbara Helou Rodrigues, diretora-geral do Lacen, e Ângela Maria de Miranda Cardoso, superintendente da Vigilância Sanitária e Ambiental (Svisa) da Secretaria da Saúde. Elas informaram que as amostras analisadas foram coletadas em pontos de vendas. Diante dos resultados, a Svisa vai notificar as empresas. Questionado sobre o laudo da Universidade Federal de Goiás (UFG), que indicou soda em duas amostras, Cairo diz que a metodologia que empregou não é reconhecida pela Anvisa. “Análise pode indicar alteração da alcalinidade, mas não pode provar que tem soda”, afirmou. Procurada pela reportagem, a UFG afirmou que não vai falar à imprensa, mas publicará nota em seu site.

Tipo C
Sobre o leite tipo C, vendido em saquinho, Cairo de Freitas disse que não foi possível analisar os lotes denunciados pelo Procon porque já não estavam no mercado. A Svisa coletou amostras de todas as marcas citadas na denúncia do Procon, e os testes ainda estão em andamento. Maria Bárbara informou que os resultados do leite de saquinho devem sair em uma semana.

Cairo de Freitas informou que, caso ocorra qualquer resultado insatisfatório, em especial com relação às análises microbiológica e físico-químicas, serão tomadas medidas como proibição no comércio e recolhimento do produto.