Procon foi precipitado
Jornal Diário da Manhã, 23/11/2007
“Procon foi precipitado”
Rodrigo Viana
da editoria de economia
O Procon foi precipitado em avaliar que as marcas de leite analisadas em julho e outubro deste ano estavam impróprias para consumo. Quem afirma isso é o professor doutor em ciência dos alimentos da Universidade Federal de Goiás (UFG), Celso José de Moura. Para ele, os laudos emitidos pelo laboratório da instituição foram mal interprtetados. Superintendente do Procon, Antônio Carlos de Lima se defende, dizendo que a análise dos documentos tem respaldo da Procuradoria da República e do departamento de veterinária da universidade, que seria o responsável por fiscalizar os produtos de origem animal. Enquanto isso, o Ministério Público Estadual (MPE-GO) entra na Justiça com ação civil pública contra 22 laticínios.
O professor de engenharia de alimentos da UFG afirma que os produtos estão em desacordo sim, mas que o alarde a respeito do risco à saúde foi uma interpretação incorreta do Procon. “Nos laudos, o laboratório afirma que existe peroxidase no leite, o que é bem diferente de peróxido de hidrogênio, também conhecida por água oxigenada. E a peroxidase nada mais é que uma enzima natural do leite, explica Celso.
A respeito da adição de soda cáustica, Celso José coloca que não foi constatado esse produto nas análises, e sim adição de uma substância que controlaria a acidez do leite. “Mas o mesmo resultado poderia ser obtido se colocássemos bicarbonato de sódio, por exemplo”.
O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite), Alfredo Luiz Correia, disse que as denúncias prejudicaram não só as empresas como também a população. Ele afirmou que o laboratório da UFG não era credenciado para fazer análises físico-químicos que são, segundo ele, os procedimentos necessários para esse tipo de investigação.
Respaldo
Para Antônio Carlos, a engenharia de alimentos não tem autoridade para comentar sobre produtos de origem animal, que seria de responsabilidade de medicina veterinária, e o professor da UFG Antônio Nonato Oliveira comprova as denúncias no documento da Procuradoria. Para Antônio Carlos, só podem ser consumidos produtos que estão de acordo com a lei. A pedido do Procon, a UFG analisou 43 marcas de leite e reprovou 18 .