O Z da arte

Jornal O Popular, 28/11/2007

O Z da arte

Grupo Empreza lança hoje o livro-registro Eu Como Você em exposição performática

Renato Queiroz

Dois senhores elegantemente vestidos estão numa mesa de restaurante. A refeição é um pedaço de pão e um copo com água. De repente, os dois furam os dedos e tingem com gotas do próprio sangue o pão e a água. Eles trocam os pratos e copos e saciam a fome e a sede: um com o sangue do outro. Foi com performances inusitadas como Sangue Bom (julho/2005) que o Grupo Empreza conquistou seu espaço e respeito no circuito das artes dentro e fora do País. A história do grupo goiano, formado em 2001 na Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi registrada no livro Eu Como Você, que será lançado hoje, às 20 horas, na Galeria de Arte Frei Confaloni.

Produzido com recursos da Lei Municipal de Cultura, o livro traz imagens e textos sobre alguns dos trabalhos mais conhecidos do grupo que, além da linguagem performática, explora projetos de vivência coletiva, intervenções, happening (acontecimento), videoperformance e videoinstalação. Simultaneamente ao lançamento será aberta a exposição homônima com fragmentos, conjuntos de gravuras digitais, fotografias e vídeos de trabalhos do Empreza.

A mostra tem apoio da Agência Goiana de Cultura (Agepel) e produção e supervisão artística de Gilmar Camilo, curador do Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Goiás, e de Kátia Barreto, diretora da Galeria de Arte Frei Confaloni. Hoje, durante a abertura, serão apresentadas três performances inéditas em Goiânia dos artistas. “É uma oportunidade única para o público conhecer melhor o trabalho do grupo”, convida Kátia.

Formado por Antônio José Drummond Barboza (Babidu), Fernando Peixoto da Costa, Keith Richard da Silva Nunes, Maria Beatriz Costa Miranda, Mariana Pedrosa Marcassa, Paulo Vicente da Veiga Jordão, todos ex-alunos da FAV, o Grupo Empreza surgiu com o objetivo de discutir e experimentar procedimentos contemporâneos em artes visuais. Seus artistas realizaram performances no Brasil e no exterior, explorando o eixo poético que é o próprio corpo e seus desdobramentos (situações humanas, coletivas e individuais contemporâneas, uma de suas marcas registradas).