Candidatos por fora do Reuni

Jornal Diário da Manhã, 03/12/2007

Candidatos por fora do Reuni

O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) para a Universidade Federal de Goiás (UFG) foi aprovado na semana passada pelo Ministério da Educação. O projeto começa a ser implantado na instituição a partir do ano que vem, ou seja, os aprovados neste vestibular, com provas da segunda fase marcadas para os próximos dias 10 e 11, já sentirão as alterações. O problema é que tem candidato que ainda nem sabe o que é o Reuni.
É o caso de Simone Morais Ribeiro, 17, candidata ao curso de Veterinária. Ela afirma nunca ter ouvido falar sobre o programa de expansão das instituições. “Não faço idéia do que seja”, confessa. Questionada se ela costuma ler jornais e revistas para se manter atualizada, ela revela: “Não muito.”
Um pouco mais informada está a candidata Paula Fernandes Rapedzo, 17. “Acho que ele foi aprovado antecipadamente, sem uma discussão com os estudantes”, afirma. Ela conta que soube do Reuni antes mesmo da divulgação oficial da UFG sobre sua adesão e critica a ausência de discussões com os estudantes. “Quem melhor entende da universidade é quem estuda.” Um dos medos da moça é se o aumento de cursos não abalará a infra-estrutura da unversidade.
Entre as medidas a serem adotadas estão a criação de novos cursos, com a ampliação em 2,5 mil vagas, e reestruturação com a contratação de 500 novos professores e 300 servidores técnico-administrativos em educação ao custo de R$ 75 milhões.
O reitor da instituição, Edward Madureira Brasil, afirma que o Reuni deve priorizar a contratação por meio de concurso de professores com doutorado. Com a aprovação da proposta, a instituição terá condições de receber 10 mil novos alunos, criar cerca de 30 novos cursos e abrir novas turmas em 22 dos já existentes.
Serão investidos ao longo dos próximos dois anos R$ 15 milhões. As verbas de custeio e pessoal sofrerão aumento gradativo até alcançar, em 2012, o valor de R$ 51,8 milhões. Os recursos serão destinados à construção de blocos de salas de aula, gabinete de professores e laboratórios, além da aquisição de novos equipamentos. Haverá ainda acréscimo de aproximadamente R$ 3 milhões nos recursos destinados às bolsas de assistência estudantil e alimentação.
O reitor da UFG, Madureira Brasil, disse ainda que pretende construir uma casa do estudante no Campus 2. “É o crescimento concreto da UFG, que inclui, além da contratação de novos professores, obras e assistência estudantil”, disse.