Cursos de engenharia, arquitetura e agronomia terão normas de regulação
O Globo Online, 03/12/2007
Cursos de engenharia, arquitetura e agronomia terão normas de regulação
Fadua Matuck
RIO - O Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) firmaram termo de cooperação técnica para estabelecer normas de regulação e supervisão dos cursos, em caráter experimental. De acordo com o secretário de educação superior, Ronaldo Mota, as engenharias representam uma área importante para o crescimento do Brasil e há hoje um déficit de profissinais (Leia também: Confea estima que país precisa de 20 mil engenheiros ).
- O Brasil precisa de profissionais qualificados. Não basta crescer, temos que crescer com qualidade. Denttro do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), há projetos inovadores na área de engenharia e por isso é positiva a discussão de questões sobre processos regulatórios e diretrizes curriculares dos cursos - explicou.
" MEC e Confea firmam termo de cooperação técnica para estabelecer normas de regulação e supervisão dos cursos de engenharia, arquitetura e agronomia "
Na experiência-piloto, o MEC vai oferecer ao conselho o acesso aos projetos pedagógicos dos cursos em processo de reconhecimento e renovação de reconhecimento. O Confea vai indicar especialistas para as comissões encarregadas de elaborar as especificações técnicas dos cursos.
- O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) avalia os cursos que pedem reconhecimento ou renovação de reconhecimento. O papel do Confea será avaliar a avaliação, com pareceres técnicos, que auxiliarão a Secretaria de Educação Superior (Sesu), órgão resposável pela regulação dos cursos superiores, a fornecer o reconhecimento ou não - afirmou Ronaldo Mota.
Para o presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo, a assinatura do convênio com o MEC tem o objetivo de buscar integração entre as organizações, em favor da formação de profissionais, e adequar as grades curriculares para incentivar a juventude para que a área tecnológica seja uma opção de profissão mais significativa.
- A área da tecnologia começa a ocupar posição estratégica maior no processo de desenvolvimento da economia brasileira, e esses profissionais terão papel fundamental - afirmou.
Para ele, o Brasil precisa de mais jovens optando pela área.
" Há projetos inovadores na área de engenharia. É positiva a discussão de questões sobre processos regulatórios e diretrizes curriculares dos cursos "
- A Índia forma cerca de 200 mil engenheiros por ano, enquanto o Brasil apenas 30 mil - lamentou.
Pedro Lopes de Queiros, coordenador da Comissão de Ensino e Atribuição Profissional do Sistema Confea/Crea, destacou que a partir da assinatura do convênio nesta segunda-feira, o Confea indicará 25 nomes para compor uma comissão de especialistas encarregada de opinar sobre a renovação do reconhecimento de cursos já existentes ou mesmo abertura de novos, pelo ministério da Educação. A comissão será formada por cinco arquitetos, cinco agrônomos e 15 especialistas representando todas as engenharias.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, acredita que sem o investimento em formação não será possível recuperar as altas taxas de crescimento econômico. Para ele, a área de engenharia é vital para o crescimento.
- Os recursos humanos não podem ser o gargalo. Os profissionais são responsáveis por puxar o fio da meada do crescimento - destacou.
Haddad também ressaltou que o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) busca parcerias, como a realizada com o Confea, em favor da qualidade da educação brasileira.
Segundo o secretário Ronaldo Mota, no início do ano serão avaliados os cursos de agronomia. Até o fim de 2008, os cursos de engenharia e arquitetura também serão analisados.