UFG 47 anos de lutas e de conquistas

Jornal Diário da Manhã, 17/12/2007

UFG – 47 anos de lutas e de conquistas

No dia 14 de dezembro, a Universidade Federal de Goiás completou 47 anos. Em 1960, o ato de criação foi assinado por Juscelino Kubitscheck. O sonho era de Colemar Natal e Silva, idealizador e primeiro reitor, mas o esforço de consolidação foi e ainda é de todos. Uma programação com eventos científicos, culturais e inaugurações marcou a comemoração do aniversário. O lançamento da pedra fundamental do Centro de Cultura e Eventos, no Campus Samambaia, contou com a presença de várias autoridades, entre elas, a do governador de Goiás, dr. Alcides Rodrigues. Aquela cerimônia foi simbólica de uma realidade: a UFG chega aos seus 47 anos respeitada, sintonizada com seu tempo e madura. A presença do governador não era um ato vazio, de representação formal apenas. Pelo contrário, era a presença de um governador que acredita, como seu antecessor Marconi Perillo, que a Universidade Federal é patrimônio do povo de Goiás, que merece e precisa do apoio dos governantes estaduais, inclusive financeiramente. Isso tem acontecido nos últimos nove anos. Desde 1999, o governo estadual tem apoiado a Universidade de uma forma desprendida, pagando até mesmo professores, como nos campi de Jataí e Catalão, sem entrar na disputa de esferas de poder ou na discussão estéril de atribuição de responsabilidades, mas simplesmente levando apoio onde ele é necessário. O governador não estava lá para prestigiar o evento apenas. Estava lá para reafirmar seu compromisso com uma instituição que tem feito o conhecimento avançar, qualificado profissionais para o Estado e promovendo inclusão social através dos projetos de extensão. Esta é uma parceria da história recente e reflete uma mudança de mentalidade importante. Mérito da instituição cujos gestores têm trabalhado com competência para o estreitamento da relação entre a Universidade, os parlamentares e o Executivo.
A presença de deputados federais e de representantes de senadores à inauguração de obras com recursos de emendas parlamentares talvez seja a parte mais visível das novas relações, recém-construídas. Acima de convicções ideológicas ou filiações partidárias, os deputados e senadores goianos têm atuado de forma supra-partidária na canalização de recursos financeiros para a UFG, convencidos de sua importância para a superação dos problemas atuais e para a construção do futuro. Como professora titular da UFG, conheço os desafios que enfrentamos lá dentro para melhorar a estrutura, a qualificação, as condições de trabalho, as instalações e os laboratórios, e, com isso, a formação que oferecemos. Mas além de nós, que somos da casa, também os outros parlamentares hoje têm consciência de que esta é uma instituição que é patrimônio do povo goiano e que ocupa um papel de destaque no cenário da educação superior em Goiás. Uma instituição que, como bem diz o slogan da comemoração, é “referência na produção do conhecimento e atuante no desenvolvimento regional”.
A UFG hoje ocupa a 14° posição no ranking das instituições brasileiras que publicam mais artigos científicos de impacto. É uma instituição emergente no Brasil, que responde com qualificação e expansão às demandas de um Estado em acelerado processo de desenvolvimento e transformação. Tem um corpo docente qualificado com pólos de alta produção científica, avança no sistema de pesquisa, e a pós-graduação se consolida constituindo um centro qualificador para o Centro-Oeste.
Não passou despercebido o caráter da obra cuja pedra fundamental era lançada no dia 14: um centro de convenções que permitirá, entre outros usos, a realização de colações de grau naquele espaço. As colações de grau, há muito, perderam seu aspecto acadêmico, tornando-se verdadeiros shows, onde a música, a decoração e a pirotecnia escondem o significado real da obtenção de um grau acadêmico. Quero cumprimentar o reitor Edward Madureira Brasil pelo resgate do conceito das colações de grau como cerimônias oficiais e acadêmicas da Instituição, de caráter gratuito e democrático, restituindo a eqüidade e oferecendo a todos os estudantes a oportunidade de participar, a despeito das condições financeiras.
A discussão sobre a universidade do nosso tempo, do século XXI, não é uma questão técnica apenas. É também fruto de boas decisões políticas e da capacidade institucional de encontrar o caminho das parcerias corretas, preservada sua autonomia. O desafio de estruturar e expandir a UFG é de cada um de nós. O investimento na educação justifica um governo e o consagra como aquele que verdadeiramente preparou uma cidade, um Estado, um país para a modernidade. Mas, repito, a modernidade depende muito do compromisso de cada um de nós, individual e coletivamente, com a educação, a ciência, a tecnologia e a inovação.
Mais educação e de melhor qualidade, aberta para o mundo da pesquisa, da tecnologia e da inovação, é, de fato, precondição para a inserção competitiva de Goiás no mundo complexo do século XXI e do indivíduo no mundo do trabalho e na sociedade de transformação.
A UFG está fazendo a sua parte. Goiás agradece.

Raquel Teixeira é deputada federal