(UFG) Calouros serão alertados do risco de febre amarela

Calouros serão alertados do risco de febre amarela (O Popular, 29/01/2008)

Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) vai entrar em contato com alunos de Estados de fora da zona de perigo da doença para que eles se vacinem antes da volta às aulas

Maria José Silva

A reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) vai realizar um trabalho sistemático para conscientizar os calouros que moram em outros Estados, ainda não imunizados, a se vacinarem contra a febre amarela. A medida foi anunciada ontem pelo reitor Edward Madureira Brasil, durante reunião realizada na Secretaria Estadual da Saúde (SES). Conforme levantamentos preliminares, cerca de 570 dos quase 3.800 estudantes que vão se ingressar na UFG neste semestre moram Estados não-endêmicos.

A preocupação da reitoria surgiu depois da constatação de que a morte do vigilante Raimundo Pereira Ramos, de 64 anos, que trabalhava no Instituto de Ciências Biológicas, no câmpus 2, foi causada por febre amarela. Desde a semana passada, equipes do Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da própria universidade coletam exemplares do mosquito Haemagogus, transmissor da enfermidade, na mata que circunda a instituição para a realização de exames que confirmem se eles estão infectados pelo vírus amarílico. Um dos insetos foi localizado em um banco instalado próximo ao ICB, onde o vigilante trabalhava.

Será realizada uma força tarefa para orientar as famílias dos estudantes de fora. “Vamos telefonar para cada um desses calouros”, assinalou. “Temos a intenção de que eles sejam vacinados antes de virem efetivar o cadastro de matrícula”, completou, acentuando que na ocasião será solicitado dos novos alunos a apresentação do cartão de vacinação. O reitor destacou que 46 macacos habitam as matas próximas ao câmpus 2. Todos, conforme disse, são monitorados por técnicos da Escola de Veterinária da UFG. Os profissionais, segundo o reitor, não constataram até agora nenhuma anormalidade. Foi detectada a morte de dois animais, em julho. Ambos, de acordo com Edward Madureira, morreram por infecção alimentar. Eles teriam comido restos de feijoada servida alguns dias antes no Restaurante Universitário. Os dados da SES indicam que 10 pessoas morreram por febre amarela no Estado. Outros sete casos estão em investigação, entre eles três óbitos. Entre elas a de mulher, de 73 anos, que morava em Aurilândia, e que teria tomado a vacina contra a doença no ano passado.