Calouros da UFG devastam parque (Jornal Hoje, 02/02/2008)

Wanessa Rodrigues

O Parque Vaca Brava, um dos principais cartões-postais de Goiânia, transformou-se ontem pela manhã em um triste cenário de devastação. Lixo, mau cheiro e muitas plantas mortas. Resultado do trote aplicado pelos aprovados no vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG), na noite da última quinta-feira. Conforme a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) este só não foi o pior estrago já provocado pelos vestibulandos no local, pois barreira policial impediu que os estudantes entrassem no lago. Segundo a gerente de Áreas Verdes e Unidades de Conservação da Amma, Mariana Siqueira, foi necessário, durante o trote, solicitar reforço de 15 viaturas da Polícia Militar (PM) e 25 guardas municipais no local.

Agentes da Amma trabalharam durante todo o dia de ontem na limpeza do local e, segundo o órgão, a situação estava tão crítica que foi necessário solicitar reforço ao Batalhão Florestal e deslocar agentes que estavam em outras atividades. “A vegetação sofreu muitos danos e o lago ficou poluído por causa do lixo lançado”, diz Mariana. Ainda segundo ela, o lixo foi todo retirado, mas o trabalho dos agentes continua hoje para retirada do resíduo de ovo, que em decorrência do período chuvoso, pode escorrer para o lago. Somente na manhã de ontem, as equipes da Amma retiraram cerca de meio caminhão de lixo.

A gerente da Amma afirma que a vegetação devastada no trote leva muitos meses para se recompor, assim como a poluição do lago traz prejuízos para a fauna aquática que vive no manancial. “Estes jovens estudam as questões de preservação do meio ambiente e aplicam esses conhecimentos nas provas, mas acabam fazendo depredação”, lamenta. A especialista diz ainda que a Amma faz o possível para conscientizar sobre a importância de não depredar unidades de conservação, mas nem sempre o resultado é o esperado. A UFG, por meio de resolução, informa que é contra trotes.

POLÍCIA MILITAR
A assessoria de imprensa da PM informou que, para garantir que casos como este não ocorram, a intenção é elaborar um sistema de prevenção junto às universidades. O órgão diz que não é possível proibir que as pessoas comemorem no Vaca Brava, mas é possível encontrar um local que tenha segurança e que não prejudique o ambiente e nem o direito de outros.