(VESTIBULAR) Com provas difíceis, ponto de corte cai
Com provas difíceis, ponto de corte cai (O Popular, 07/02/2008)
Essa é a opinião de professores ouvidos pelo POPULAR sobre
decréscimo de 10% na menor nota entre os aprovados pela
universidade
Patrícia Drummond
O ponto de corte do vestibular 2008 da Universidade Federal de Goiás (UFG) caiu praticamente em todos os cursos em comparação com o processo seletivo do ano passado. Em Medicina, o curso mais concorrido da instituição, a queda foi de cerca de 10%, porcentual observado também em Direito Matutino e Administração, que lideram, na seqüência, o ranking das graduações mais procuradas da Federal de Goiás (veja quadro). Já nas cidades do interior onde a UFG possui câmpus – Catalão, Goiás e Jataí –, a menor pontuação obtida entre os aprovados no vestibular deste ano se manteve em relação a de 2007 ou apresentou redução em escala bem menor que na capital.
Os prováveis motivos dessa queda no ponto de corte dos cursos mais concorridos da UFG dividem professores ouvidos pelo POPULAR. Na opinião de Daniel Kichese, que há cerca de 15 anos prepara estudantes para o funil do vestibular, os alunos estão estudando pouco, menos do que deviam. Segundo ele, embora já prevessem alguma redução entre as menores notas dos candidatos classificados, os professores dos cursinhos pré-vestibulares onde leciona ficaram preocupados com os números. “O aluno de Goiânia é um dos mais bem preparados do País. Passa em tudo quanto é lugar, exatamente porque as escolas pressionam muito que eles estudem. Mesmo assim, estamos impotentes diante de novidades e ferramentas tecnológicas que disputam conosco a atenção desses jovens vestibulandos”, avalia Daniel, referindo-se aos avanços da internet e a meios de comunicação virtuais como o orkut e o messenger (msn).
Para o professor, também pesam na balança a grande oferta de festas e outras opções de lazer na capital, além do fato de algumas provas do último vestibular terem “fugido um pouco do padrão da UFG”, como as de Física e História. Sandro Juliano, na área há 12 anos, aposta na mudança de estilo das provas como justificativa para a queda do ponto de corte.