(UFG) Música volta ao coreto

Música volta ao coreto (Diário da Manhã, 16/02/2008)

Alysson Assunção
alyssonassuncao@dm.com.br
da Editoria do DMRevista


Pesquisar e executar diferentes gêneros da música popular brasileira em um ambiente de intenso contato com a população goianiense. Esta é a proposta do Projeto Música no Coreto, que promete trazer atrações musicais à Praça Cívica periodicamente em apresentações abertas ao público em geral.
A cerimônia de lançamento ocorreu ontem, no coreto da Praça Cívica, com apresentações da Banda Pequi e do Grupo Charanga, e contou com a presença de cerca de 400 alunos da rede pública de ensino do Colégio Pedro Gomes.
Estiveram presentes no evento o presidente da Agência Goiana de Turismo (Agetur) e o idealizador da Vila Cultural, Barbosa Neto, o vice-governador Ademir Menezes, o secretário municipal de Turismo, Euler de Morais, dentre outras autoridades.
A iniciativa de realizar show no coreto da cidade faz parte de um programa de ampla revitalização do Centro de Goiânia, o Vila Cultural, apresentado na última quarta-feira, 13. Segundo o coordenador do projeto e membro do Instituto Casa Brasil, Wolner Unes, a intenção é que todas as tardes de sexta-feira sejam marcadas por apresentações musicais no coreto em frente à Avenida Goiás. “Antigamente, os coretos eram locais onde a população se reunia para ver apresentações musicais e teatrais. Os locais públicos eram espaço para divulgação da nossa cultura. Queremos que esses lugares voltem a ser freqüentados pelas famílias e buscados como pontos de entretenimento”, explica.

Educação
Segundo o idealizador do projeto, Barbosa Neto, o programa será implementado em três frentes de ação: o retorno das atividades culturais em espaços públicos no Centro da cidade, a recuperação de edifícios de importância histórica em estilo “art déco”, e a implementação de um projeto de conscientização e educação patrimonial. “Nosso objetivo é otimizar a utilização do Setor Central para a realização de eventos culturais e orientar estudantes sobre a importância da nossa história e tradições”, ressalta.
Um aluno e uma professora da rede municipal de ensino participaram da entrega dos kits educacionais que serão utilizados nas aulas do programa. Os estudantes assistiram a uma apresentação com o aluno Marcos Paulo, do Colégio Pedro Gomes, que recitou A triste história de Eredegalda em forma de poesia cantada.
A desenvoltura do garoto chamou a atenção do apresentador do evento, o humorista Juquinha. Depois, os presentes tiveram uma prévia do que será o Música no Coreto com a apresentação da Banda Pequi, formada por alunos da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Big band temperada com pequi

Por seus arranjos e interpretações irreverentes, a Banda Pequi vem se destacando no cenário cultural goiano, apresentando um repertório que mistura ritmos brasileiros, como samba, baião, choro, frevo e maracatu com toques de swing e jazz.
Segundo o maestro Jarbas Cavendish, a banda é fruto não só da abertura da academia à música popular, mas também de uma tentativa de entrar em contato com um público que não costuma se interessar pelo gênero big band ou pela música instrumental. “A intenção é dar uma cara irreverente ao repertório instrumental jazzístico, distante do formalismo das big bands.” No repertório, estão composições de artistas nordestinos, como Moacir Santos (Coisas Número 10), Dorival Caymmi (Maracangalha) e Gonzagão (Qui Nem Jiló).
O evento contou também com a apresentação musical do Grupo Charanga, uma orquestra de rua formada por moradores da periferia paulistana. O grupo é resultado do trabalho conjunto entre o músico Maurício Alves, da Banda Mestre Ambrósio, e a Associação Comunitária Despertar iniciado em 2002. Ao todo, o Projeto Charanga conta com 20 crianças e adolescentes que fazem parte do corpo de percussão, com idades entre 15 e 18 anos.